Economia em queda livre consolida desastre de Guedes

“Prévia do PIB” cai pela quarta vez consecutiva e chega ao menor nível para outubro em sete anos. “Bolsonaro produz resultados desastrosos na economia”, critica Henrique Fontana

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Nível de atividade econômica está no menor patamar desde setembro de 2020, considerando o ajuste sazonal

A economia nacional sofreu a quarta queda consecutiva, aponta o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central “independente” nesta quarta-feira (15). O indicador, considerado “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,40% em outubro sobre setembro, pior desempenho para o mês em sete anos e o dobro do esperado em pesquisa da agência Reuters com analistas do mercado.

O IBC-Br incorpora estimativas para a agropecuária, indústria e serviços, além de impostos sobre produtos. O nível de atividade econômica está no menor patamar desde setembro de 2020, considerando o ajuste sazonal. Em comparação a outubro de 2020, o índice caiu 1,48%. No trimestre móvel, recuou 0,94%. O indicador sobe 4,99% no acumulado de 2021, e 4,19% em 12 meses.

O índice de setembro, antes estimado em 0,27%, foi revisado para pior e agora mostra retração de 0,46%. Com a revisão, o IBC-Br passa a marcar contração de 0,65% no terceiro trimestre, ante os três meses anteriores. O indicador já havia recuado 0,45% em agosto e 0,12% em julho. A série negativa de quatro meses é a mais longa desde as seis baixas consecutivas registradas entre julho e dezembro de 2016, em pleno golpe.

O resultado também indica recessão técnica, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nos números do PIB do terceiro trimestre: a queda, de 0,1%, ocorreu pelo segundo trimestre consecutivo. No ano passado, o PIB sofreu queda de 4,1%, a maior da série histórica iniciada em 1996.

A “prévia do PIB” se soma à queda dos três índices setoriais – Serviços (-1,2%), Comércio (-0,1%) e Indústria (-0,6%) – para fazer do último trimestre de 2021 o terceiro consecutivo de retração econômica.

Com inflação fora de controle e a renda da população em queda livre, o Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) baixa ao menor nível desde abril. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) já estima queda de 2,6% nas vendas de Natal, em comparação ao ano passado.

O presidente do BC “independente”, Roberto Campos Neto, disse em evento do Tribunal de Contar da União, na terça-feira (14/12), que houve uma “queda muito grande” no impulso fiscal no país, de 2020 para 2021. Ele atribuiu a alta inflacionária à elevação nos preços da energia elétrica e combustíveis. A inflação brasileira é a terceira mais alta do mundo no momento.

“Olhando o mundo, a gente vê que os países estão acelerando o crescimento acima do Brasil. O Brasil tem tido uma queda, enquanto outros países estão acelerando o crescimento”, afirmou Campos Neto, omitindo o papel da instituição que dirige no quadro atual de desarranjo econômico e de arrocho na renda da população. Arrocho que prosseguirá em 2022.

Na ata de sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC “independente” confirmou que a taxa básica de juros (Selic) se manterá na casa de dois dígitos no próximo ano, com expectativa de altas taxas também para 2023. Elevada na semana passada para 9,25% ao ano, a Selic deve fechar 2022 em 11,25%, prevê o órgão.

Ao Correio Braziliense, a economista Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, afirmou que o BC exerce um papel que deveria ser do Estado. “Fica claro que o BC está bem preocupado com a condução da política fiscal e com essa questão do gerenciamento das contas públicas, o que não permite um vislumbramento, pelo menos no curto prazo, de uma melhora em relação a essa curva de juros”, analisa.

“Para tentar conduzir essa situação inflacionária e não comprometer a meta para 2023, infelizmente, a gente vê um BC assumindo um papel por conta da ineficiência da gestão de contas públicas”, concluiu a economista.

Deputados do PT atacam desastre econômico bolsonarista

Em uma das últimas sessões do ano na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15), parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna para lamentar o encerramento de mais um ano de desgoverno Bolsonaro. O quadro, dizem, é de país em recessão, com desemprego crescente; escalada inflacionária de grande impacto no preço dos alimentos; política equivocada de explosão de preço dos combustíveis e gás de cozinha e mais de 14 milhões de famílias vivendo em situação extrema de pobreza.

“Nós estamos chegando ao final do ano melancolicamente, do ponto de vista político e econômico, do ponto de vista ambiental. Também vivenciamos um isolamento de um governo jamais conhecido tanto interna, quanto externamente”, avaliou Joseildo Ramos (PT-BA). “Com a inflação alta, nós estamos à beira de proclamar estagflação neste país.”

“Bolsonaro é sustentado pelo sistema mais atrasado da política brasileira e produz resultados catastróficos na economia, do ponto de vista social, das relações internacionais do nosso país”, complementou Henrique Fontana (PT-RS). Segundo ele, o Brasil precisa de outro caminho.

Benedita da Silva (PT-RJ) destacou a situação de desespero da população mais vulnerável. “Nós temos mais de 14 milhões de famílias ou cerca de 50 milhões de pessoas vivendo em situação extrema de pobreza. O pior patamar de miséria até então já vivido no Brasil”, criticou. “É preciso ter outro olhar de esperança para 2022, um olhar de que se mude essa perspectiva de miséria absoluta, de desemprego.”

Por isso, prosseguiu Benedita, “nós esperamos sim que, em 2022, nós tenhamos Luiz Inácio Lula da Silva eleito presidente do Brasil, para resgatarmos não só projetos que deram certo de combate à fome e à miséria e de inclusão social, mas também um Brasil de desenvolvimento para todos e todas”.

Vicentinho (PT-SP) lembrou que a renda média de julho, agosto e setembro de 2021 caiu 11%, e o número de desocupados também aumentou. Em dezembro, janeiro e fevereiro de 2021, eram 12,6 milhões de pessoas. Em julho, agosto e setembro de 2021, eram 13,4 milhões de pessoas.

“Essa é a prova cabal de que, quando se desenvolve política restritiva de direitos, quando o egoísmo dos grupos econômicos, quando os interesses dos opressores, dos fazendeiros, das grandes empresas, sobretudo dos bancos, são maiores do que os interesses do povo, há esse resultado. Por isso, mais do que nunca, precisamos desenvolver políticas em busca da redução da desigualdade”, defendeu Vicentinho.

Da Redação, com PT na Câmara

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