Efeito Lula: Brasil bate recorde de exportações para o G20 em 2023

Vendas a países membros do bloco somaram US$ 265 bilhões, valor 4,6% maior que o registrado em 2022. Soja foi o principal item da pauta brasileira, seguida pelo petróleo e pelo minério de ferro

Divulgação/Site do PT

O superávit de US$ 62,3 bilhões na balança comercial brasileira impulsionou o crescimento do Produto Interno Bruto PIB em 2023

O Brasil alcançou resultado recorde nas transações realizadas com os países integrantes do G20 em 2023. Ao todo, as exportações para o bloco chegaram a US$ 265 bilhões, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior. As importações, por outro lado, diminuíram quase 12%, ao patamar de US$ 203 bilhões. O superávit de US$ 62,3 bilhões na balança comercial brasileira impulsionou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o quinto mais alto entre os membros do G20.

A soja foi o principal item da pauta brasileira de exportações aos países do bloco no ano passado. A commodity agrícola respondeu por US$ 48 bilhões em vendas, seguida pelo petróleo (US$ 36 bilhões) e pelo minério de ferro (US$ 25 bilhões). Em termos de produtos de valor agregado, os membros do G20 adquiriram do Brasil US$ 3,5 bilhões em aviões e outros US$ 6 bilhões em automóveis para transporte de mercadorias, em partes e acessórios de veículos, além de equipamentos de engenharia civil.

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Os bens da indústria de transformação representaram 48% das exportações para países do bloco em 2023, cerca de US$ 127 bilhões. As vendas de produtos agropecuários e da indústria extrativista somaram US$ 68 bilhões e US$ 67 bilhões, respectivamente. Os combustíveis, os fertilizantes e os insumos eletrônicos, por sua vez, ultrapassaram 92% de todas as importações feitas pelo Brasil.

Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no ano passado, a economia brasileira foi a quinta que mais cresceu do G20. Além do Brasil, da União Europeia (UE) e da União Africana (UA), o bloco é composto por Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Reino Unido, Arábia Saudita, França, Austrália, Índia, Canadá, Itália, México, Rússia, Turquia, Indonésia, Argentina e África do Sul.

Brasil-China

A China segue sendo o grande parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o saldo positivo com os chineses foi de mais de US$ 50 bilhões. A UE, os Estados Unidos e a Argentina vêm em seguida, enquanto sócios relevantes do país no G20. A diversificação da pauta de exportações, contudo, permanece um desafio, porque há espaço para ampliar as vendas ao exterior.

Tulio Cariello, diretor de conteúdo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), prevê cenário estável na relação comercial entre os dois países, mas defende que empresários e produtores brasileiros conheçam mais a China e o mercado consumidor chinês.

“Por exemplo, o café é um produto associado ao Brasil no exterior e conta com um mercado emergente na China por causa da urbanização. Eu acho que existe espaço para a gente diversificar nossa pauta onde somos mais competitivos, que é o setor do agronegócio. Então, a gente poderia dar saltos qualitativos com produtos mais elaborados para serem consumidos direto pelos chineses”, sugere.

Estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) identificou mais de 9 mil oportunidades comerciais nos países do G20 para produtos e serviços nacionais. Há possibilidades de vendas para os setores do agronegócio, de alimentos, de bebidas, da moda, de casa e construção, de tecnologia da informação, de máquinas e equipamentos, entre outros.

Presidência rotativa

Em 2024, o Brasil exerce a presidência rotativa do G20 e receberá a 19ª Reunião de Cúpula, a ser realizada em 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Em sua estreia como sede, o país albergou três prioridades principais para o diálogo entre os países: inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável nas suas vertentes social, econômica e ambiental; e reforma das instituições de governança global.

O G20 foi criado na década de 1990, período de sucessivas crises financeiras no mundo. Os países se uniram para ampliar o diálogo e para favorecer as negociações internacionais. Juntos, eles constituem mais de 85% do PIB mundial. De tudo que o Brasil exportou em 2023, 78% teve como destino algum membro do bloco.

Da Redação, com G20, Apex, CNN

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