Eleições 2022: Negras são maioria das candidatas do PT

Das candidaturas femininas, cerca de 60% são mulheres negras.  Entre elas, 66% são pretas e 34% são pardas.

As mulheres negras são maioria entre as candidatas do PT que disputam uma vaga nas Assembleias Legislativas, Câmara Federal, Senado, suplências e governos estaduais nas eleições deste ano.

Das candidatas femininas do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras (PT), 234 são mulheres negras, representando cerca de 60% do total de candidatas mulheres. Entre elas, 66% se autodeclararam pretas e 34%  pardas.

O PT lançou como candidata a governadora, Fátima Bezerra, do RN, que disputa a reeleição; uma  vice-governadora (PB); seis suplências (AM-AP-DF-MG-RS-TO), 82 deputadas federais e 145 deputadas estaduais – contando as distritais.

Os dados são das candidaturas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que se autodeclararam pardas ou pretas, formando, assim, o grupo das negras, conforme classificação de cor/raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entrar na política para transformar o cenário

Embora elas representem o maior grupo demográfico do país, 28,4%, segundo a PNAD Contínua 1º trimestre 2022, as mulheres negras infelizmente, ainda, são a minoria nos espaços de decisão política. 

Para eliminar essa discrepância, o PT  vem priorizando e fortalecendo as candidaturas de mulheres pretas na disputa eleitoral por meio do projeto Elas por Elas, que tem o intuito de impulsionar e ampliar a participação de mulheres na política.

O projeto é elaborado por meio da Secretaria Nacional de Mulheres, tem o segmento com foco nas mulheres negras, e além disso, conta com a parceria da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo e do Fórum Nacional de Mulheres Negras. 

Segundo Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT, é mais do que uma questão de representatividade, a ocupação das mulheres negras na política tem um potencial transformador:

“O projeto Elas por Elas vem transformando esse cenário que evidencia a desigualdade de gênero e raça. Por meio de formações políticas para que essas mulheres tenham suporte para lutar por uma sociedade mais justa e democrática”, destaca  Anne Moura. 

Na avaliação de Janaína Fernandes, membra do Fórum Nacional de Mulheres Negras do PT, os resultados das ações do PT já puderam ser observadas na última eleição, quando o percentual de candidaturas de mulheres negras aumentou.

Ela analisa que isso se deu devido ao protagonismo e mobilização de mulheres negras, ao mesmo tempo, o incentivo e apoio do partido às candidaturas. “Através das ações que colaboram com um processo de reparação histórica para a população desfavorecida de direitos e poder, mas luta diariamente por mais participação nos espaço de poder. Os resultados dessas ações puderam ser observados na última eleição”, destaca Janaína. 

Em 2018, o número de mulheres eleitas cresceu 52,6%, em relação ao ano de 2014. No total foram eleitas 290 mulheres. Na Câmara Federal, foram 77, sendo 13 delas mulheres negras e uma indígena. Porém, no Senado Federal, foram 7 senadoras mulheres, mas nenhuma negra.

“É prioridade para nós mulheres negras que o nosso partido, atendendo o que estabelece o TSE, possa garantir que essas mulheres tenham condições de entrar nas disputas eleitorais e atingir mais resultados positivos e elegermos bancadas pretas femininas, e assim, fortalecer o modo Pretista de atuar na política”, enfatiza.

Dandara Maria Barbosa, Agência Todas

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