Em SP, Lula pede votos para Haddad e candidatos do seu time

“É importante votar em quem me ajude a fazer as reformas necessárias para garantir direitos ao povo brasileiro”, disse Lula, em Itaquera

Ricardo Stuckert

Lula, com Alckmin, Márcio França e Fernando Haddad (foto: Ricardo Stuckert)

Depois de fazer comício em Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, Lula encerrou a agenda deste sábado (24) com um evento que lotou a Praça Brasil, em Itaquera, Zona Leste da capital paulista.

Ele lembrou da importância de seus eleitores votarem também em Fernando Haddad (PT) para o governo de São Paulo, em Márcio França (PSD) para o Senado e em deputados e deputadas que formam o seu time.

“É importante votar em deputados e deputadas que me ajudem a fazer as reformas necessárias para garantir direitos ao povo brasileiro. É importante eleger senadores. Eu preciso do Márcio (França) lá para me ajudar”, disse. 

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“Porque, se vocês votarem em mim para presidente, no Haddad para governador, mas em deputados que são contra a gente, a gente tá lascado. É como se a gente tivesse um galinheiro e decidisse colocar as raposas para tomar conta das galinhas”, completou.

“Não vamos aceitar provocação” 

Lula ressaltou que só faltam oito dias para as eleições, que ocorrem no domingo 2 de outubro, e pediu que ninguém caia em provocações até lá nem acredite nas mentiras que os bolsonaristas adoram espalhar.

“Faltam só oito dias. Não vamos aceitar provocação, não vamos aceitar mentiras. A fábrica de mentiras começou, eles vão fazer que nem em 2018. Mas eu não vou fazer o jogo rasteiro deles. Vou continuar conversando com vocês como eu converso, olhando no olho. Porque quem ganha a eleição mentindo, governa mentindo”, afirmou.

“E não é isso que nós queremos. Eu quero ter o orgulho de, cada vez que eu vier na Zona Leste, além de visitar o meu Corinthians, visitar vocês e conversar olho no olho, olhar as crianças de vocês bonitinhas, gordinhas, bem vestidas, limpinhas, calçadinhas. É isso que nós queremos e nada mais”, acrescentou.

O ex-presidente lembrou que várias vezes tentaram destruir sua imagem e desmobilizar a classe trabalhadora. Durante a ditadura, o prenderam com o objetivo de acabar com uma greve. E em 2018, o prenderam novamente para impedi-lo de concorrer à Presidência.

“Acharam que era possível destruir o PT e o movimento sindical. Mas o que eles não sabem é  que a gente renasce nos nossos filhos, nos nossos netos, e que não lutamos por interesse pessoal, mas por uma causa. O povo brasileiro não merece passar pelo que está passando. E eu resolvi ser presidente mais uma vez para provar que um ex-metalúrgico, amigo da Zona Leste, vai consertar este país”, discursou.

Propostas de Haddad

Ao discursar antes de Lula, Haddad disse que estas eleições são a chance que temos de resgatar o país para os brasileiros e as brasileiras. E que o ideal é que seja resolvida com a vitória de Lula já no primeiro turno.

“Tem que acabar dia 2. Porque, se você tá tendo um pesadelo, você tem que acordar logo. E tem gente querendo ficar mais 28 dias dormindo… Para quê?”, indagou.

Haddad lembrou que, em São Paulo, nos últimos anos, o salário mínimo paulista ficou congelado e perdeu da inflação mais de 10%; o preço do leite e da carne aumentou por causa do ICMS, que o atual governo de São Paulo subiu. 

“Até o passe-livre do idoso eles conseguiram cortar. Eu e o Alckmin estabelecemos a partir dos 60 anos. O Doria e o Rodrigo Garcia passaram para 65 de novo. Dá a impressão de que eles têm prazer em fazer o mal para quem ganha menos e o bem para quem ganha mais”, avaliou.

E completou: “O que nós estamos propondo? Zerar o ICMS da carne, zerar o ICMS da cesta básica, aumentar o salário mínimo paulista para R$ 1.580, para voltar a sobrar alguma coisa no final do mês para a sua família.

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Alckmin e França: busca por votos

Candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pediu que todos conversem com amigos, parentes e conhecidos para que votem em Lula, na busca por uma vitória no primeiro turno.

“Vamos falar com os jovens, entre os quais o desemprego está 30%. Vamos falar com os trabalhadores e as trabalhadoras. No tempo do Lula, os acordos salariais tinham ganho real, hoje têm dificuldade de repor a inflação. A inflação, com Lula, era 4,5%. Hoje, a do café da manhã é mais de 30%. A fome tinha saído do Brasil. Hoje, 33 milhões com privação alimentar”, elencou.

Márcio França também destacou que vale a pena buscar votos para que as eleições acabem no dia 2 e brincou: “Se a eleição acabar no primeiro turno, tem ainda outra vantagem: todo mundo vai poder usar a camisa do Brasil e esperar a Copa do Mundo. Porque, hoje, você usa a camisa do Brasil dá a impressão de você é bolsonarista. A medida final para vocês: liga para o vizinho, liga para o parente no interior e pega aquele mais um voto”, pediu.

Marina: chamado ao povo

Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva também falou no evento. “Existem momentos na história em que o povo é chamado às praças para melhorar aquilo que ninguém mais suporta: a fome, o desemprego, a violência, o descaso com a vida, como faz o Bolsonaro. Existem momentos em que a sociedade se levanta para defender aquilo que lhe é mais caro, que é a sua democracia. É por isso que estamos aqui”, definiu.

Também discursaram a esposa de Lula, Janja da Silva; o ex-ministro da Previdência e candidato a deputado federal Luiz Marinho (PT); e o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (Psol).

Da Redação

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