Lula: “É importante a gente convencer cada pessoa a ir votar no dia 2”

Em discurso em Grajaú, neste sábado (24), Lula convocou o povo a ocupar as ruas para derrotar o bolsonarismo e assegurou que irá voltar para pacificar o país: “Vamos trazer de volta harmonia para as famílias”

"Tudo o que o nosso principal adversário quer é que o povo não compareça para votar”, alertou Lula, durante ato em Grajaú (Foto: Ricardo Stuckert)

Na reta final da campanha, a importância do comparecimento às seções de votação em todo o Brasil no próximo dia 2 de outubro marcou o início do discurso proferido pelo ex-presidente Lula em Grajaú (SP), na manhã deste sábado (24). Lula convocou a militância a tomar as ruas e as redes para pedir votos para a sua candidatura, a de Fernando Haddad ao governo de São Paulo e demais postulantes da coligação Brasil da Esperança. Ele também assegurou que irá voltar à Presidência para restabelecer a paz e a harmonia no país, hoje tomado pelo ódio bolsonarista.

“Tudo o que o nosso principal adversário quer é que o povo não compareça para votar”, alertou Lula. “Mas se a gente não votar, perdemos a  autoridade moral de cobrar. É importante que a gente compareça, não podemos ter 20% de abstenção, 10% de voto nulo. É importante a gente convencer cada pessoa a ir votar”, pediu Lula.

“Até o dia 2, temos que visitar casa por casa, bar por bar, igreja por igreja, fábrica por fábrica, banco por banco para pedir voto para o Lulinha paz e amor e para o Haddad”, brincou. “Se formos eleitos, faremos a mais extraordinária revolução pacífica que o mundo já viu”.

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“Eu provei que um torneiro mecânico, sem diploma universitário, era capaz de fazer mais pelo povo do que os doutores que tinham governado esse país”, ressaltou. “Vou voltar para recuperarmos o prazer de viver, para trazer a harmonia nas famílias, por fim ao ódio, à raiva”, justificou. “Em quatro anos, faremos mais do que os golpistas que tiraram a Dilma não fizeram em oito anos”.

Lula apontou para a importância histórica da eleição de Fernando Haddad. “A revolução educacional que nós fizemos nesse país em apenas oito anos não tinha sido feita em 100 anos. Fomos o governo que mais fez universidades, escolas técnicas, que colocou mais de 8 milhões de estudantes na universidades”, lembrou Lula, ao falar da atuação de Haddad como ministro da Educação.

“Vamos fazer uma revolução sem precisar comprar uma arma ou dar um tiro, será com livro, melhorando a escola, facilitando comida de qualidade na mesa das crianças”, prometeu.

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Geração de emprego e renda

“Nosso povo está precisando de trabalho decente, não queremos fazer bico”, explicou Lula. “Não queremos ser entregador de comida sem direito a descanso semanal remunerado, sem direito a férias, a descanso no Natal. Queremos ser tratados como cidadão, queremos ter 13º, ganhar o suficiente para comer a comida que entregamos”, observou. “Temos de legalizar a profissão desses companheiros que trabalham de bicicleta, moto, ou no Uber. Vamos fazer isso”, assegurou Lula.

Lula condenou a precarização promovida por Bolsonaro e Paulo Guedes. “Quem arrumou emprego com essa carteira verde e amarela?”, desafiou. “Faz anos que a economia não cresce. E se não cresce, não gera emprego. Não gera salário e não gera consumo, aí não movimenta o comércio e não tem emprego”, disse ao denunciar o ciclo vicioso imposto pelo ministro Paulo Guedes ao país.

Minha Casa, Minha Vida

Lula criticou também o fim do Minha Casa, Minha Vida, um programa que atendeu milhões de famílias quando ele e Dilma governaram. “Colocaram o Casa Verde e Amarela no lugar, mas quem já viu uma casa construída pelo nosso adversário?”, questionou.

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“Pois voltaremos com o Minha Casa, Minha Vida, o programa habitacional mais bem sucedido da história. Foram 4 milhões de casa construídas, com subsídios para os mais pobres”, apontou.

Lula advogou ainda em nome da escola em tempo integral, essencial para o desenvolvimento do país. “Nossas crianças têm de ficar o dia na escola. Elas vão aprender, praticar esporte, comer uma merenda decente, não biscoito com água. Vai comer arroz, feijão, macarrão, carne, frango e verdura”, assegurou.

Desarmamento

Lula condenou a violência nas periferias brasileiras, produto da falta de atuação do Estado. “Cadê a saúde, a educação o lazer, a cultura, a água tratadas coleta de esgoto da periferia?”, indagou. “O povo pobre vai sendo cada vez mais empurrado para longe do centro”, reclamou.  

O petista voltou a defender o Estatuto do Desarmamento, criado em seu governo e enfraquecido por Bolsonaro. “Não vamos mais facilitar a compra de armas, como Bolsonaro faz. Ele facilita acesso de armas ao narcotráfico”, acusou Lula.

Inflação

“Vamos reduzir a inflação, para que vocês possam comprar o que comer todos os dias. Não tem coisa mais triste no mundo do que uma mãe não poder atender um desejo de um filho de comer um biscoito, um chocolate”, lamentou Lula. “Por isso, o salário mínimo vai voltar a aumentar todo ano”, disse.

“Hoje tem 4 milhões de pessoas na fila do INPS para receber benefícios. No meu tempo, era pago em 20 dias”, comparou.

Pelo fim do orçamento secreto

O candidato a vice-presidente na chapa de Lula e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ressaltou a importância da eleição de uma bancada progressista na Assembleia Legislativa de São Paulo e no Congresso Nacional para for fim ao orçamento secreto. “O governo Bolsonaro cortou 60% do dinheiro da Farmácia Popular, mais de 50% do programa Cegonha, que cuida das gestantes, dos bebês, mais de 50% do programa de oncologia” criticou Alckmin.

Segundo ele, trata-se de uma manobra para transferir verbas ao orçamento secreto. “Precisamos acabar com essa excrescência para termos orçamento participativo, onde a população escolhe as prioridades”, defendeu. “No dia 2 de outubro, será a vitória da democracia contra a tirania, do emprego contra o desemprego, da comida na mesa contra a fome”, concluiu. 

Restauração da democracia

O candidato ao governo de São Paulo pelo PT Fernando Haddad convocou a militância para tomar as ruas nesta última semana de campanha. “Temos uma semana para a gente trabalhar duro, uma semana a mais de dedicação pra gente ser feliz por quatro anos. Já fomos felizes, a gente sabe, quando o time do Lula governa, as coisas andam, caminham para o lado certo”, lembrou o petista.

“Vamos fazer o que o governo Lula ensinou a gente a fazer: não existe economia se a família mais humilde não chegar ao fim do mês. É por isso que o salário mínimo em São Paulo vai para R$ 1.580, vamos zerar o ICMS da carne e da cesta básica”, assegurou Haddad. “Se o pobre não consome, o comerciante e o industrial não contratam porque não têm para quem vender”, argumentou.

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“Temos compromisso, precisamos reconstruir o país e mudar São Paulo, elegendo Lula no primeiro turno. É assim que a gente vai restaurar a democracia e colocar o Brasil no rumo certo”.

“Sair do Mapa da Fome”

A ex-senadora Marina Silva, da Rede, defendeu que o é hora de a sociedade esquecer as divergências políticas para unir-se em torno da democracia e de um projeto de salvação nacional. “O Brasil não suporta mais quatro anos de Bolsonaro, ver 33 milhões de brasileiros e brasileiras vivendo com R$ 1,30. O que se faz com R$ 1,30?”, indagou Marina.

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“Em legítima defesa dos nossos filhos, da educação, da saúde, do combate à violência, da proteção da Amazônia, do povo preto, dos povos indígenas, em legítima defesa da democracia, homens e mulheres de bem se unem, independente da ideologia ou religião, para defender aquilo que há de mais importante, sair do Mapa da Fome”, conclamou.

Da Redação

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