Em SP, Transcidadania completa seis meses com lista de espera para próximo período

Durante o primeiro semestre, apenas 10% dos transexuais e travestis inscritos no programa desistiram

Cesar Ogata / SECOM

Prefeito de SP, Fernando Haddad, e ministra Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, inauguram Centro de Cidadania LGBTT

O programa Transcidadania, criado na gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), completou seis meses nesta semana com o saldo positivo.

Com 100 vagas ocupadas por transexuais e travestis, eles recebem um auxílio de R$ 827,40 e devem cumprir 30 horas aulas semanais. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos, 86% deles não haviam terminado o ensino fundamental.

Durante esses seis meses, apenas 10% deles abandonaram o programa, outras três pessoas foram presas, uma conseguiu emprego e uma transexual morreu baleada.

Para a segunda turma do programa, que ainda não está confirmada, mais de mil pessoas se inscreveram e estão na lista de espera, dessas 171 foram escolhidas para participarem.

O programa é coordenado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e recebeu investimento de R$ 3 milhões em 2015 e 2016. O projeto tem o objetivo de fortalecer as atividades profissionais, reintegrar à população e resgatar a cidadania. Eles ainda recebem atendimento psicossocial, pedagógico e médico.

O Transcidadania é destinado à pessoas em situação de vulnerabilidade. A Secretaria de Direitos Humanos divulgou dados em que 85% vivem em quartos compartilhados, em casa de prostituição ou hotéis, 6% estão em albergues, 5% em ocupações e 4% são moradores de rua.

Uma das exigências para ingressar no programa é estar há pelo menos três anos sem emprego com carteira assinada. Já as 30 horas aulas de atividades devem ser cumpridas e a cada falta,  é descontado um valor do pagamento mensal.

A grande preocupação dos homens e mulheres trans e da coordenação do programa é fazer com que os integrantes do programa consigam um emprego. Na avaliação feita no fim deste primeiro semestre de funcionamento, 54% buscam no projeto uma inserção no mercado de trabalho.

No perfil traçado pela coordenação do curso, 63% dos participantes do programa são negros e pardos. São 52 travestis, 43 transexuais e cinco homens transexuais. A maioria continua se prostituindo, poucas pararam, mas a frequência dos programas diminuiu depois que passaram a fazer parte do programa.

Da Redação, da Agência PT de notícias

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