Folha frauda pesquisa para favorecer Temer e minimiza o episódio

Editor do jornal, Sérgio D’Ávila, afirmou não se tratar de um erro. Na realidade, a Folha agiu deliberadamente para favorecer a permanência de Temer

Foto: Lula Marques/Agência PT

Em texto publicado em seu site na noite desta quarta-feira (20), o jornal “Folha de S. Paulo” tenta minimizar a fraude na divulgação da pesquisa Datafolha no último final de semana, que dava um índice de 50% de suposto apoio à permanência de Michel Temer (PMDB) como presidente do país.

O Brasil 247 e o site The Intercept questionaram os dados.

O 247, no blog de Tereza Cruvinel, mostrou que o relatório que está no site do Datafolha é mencionada a preferência de 60% e não de 62% pelas novas eleições. Mais uma discrepância que a Folha ainda terá que explicar. Ou sua ombusdman, na coluna de domingo.

Assinada pelo jornalista americano Glenn Greenwald (cofundador do site) e pelo colaborador brasileiro Erick Dau, a análise do The Intercept publicou, na noite de terça (19), texto acusando a Folha de “cometer fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer”.

O diretor de pesquisa do Datafolha, Alessandro Janoni, afirmou que “não há erro, e tanto a Folha quanto o Datafolha agiram com transparência”.

Folha

Segundo ele, os pesquisadores quantificam as respostas espontâneas justamente para detectar opções relevantes que não tenham sido mencionadas na questão estimulada. “Se uma alternativa é citada espontaneamente por mais de 1% dos pesquisados, isso deve ser destacado”, disse.

Sobre a não publicação de algumas questões do relatório, Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, afirma que é prerrogativa da redação escolher o que acha jornalisticamente mais relevante no momento em que decide publicar a pesquisa.

“O resultado da questão sobre a dupla renúncia de Dilma e Temer não nos pareceu especialmente noticioso, por praticamente repetir a tendência de pesquisa anterior e pela mudança no atual cenário político, em que essa possibilidade não é mais levada em conta”, disse.

No entanto, não é verdade que a possibilidade de novas eleições não esteja mais sendo levada em conta, uma vez que é justamente esta pauta que tem sido colocada por senadores indecisos, que podem votar contra o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff. Ela tentará virar votos no Senado com a proposta de um plebiscito sobre novas eleições.

*Do Brasil 247

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