Gleisi e Pimenta rebatem entreguismo dos jornalões e defendem soberania energética

Presidenta do PT respondeu à Folha, ao Globo e ao Estadão, denunciando o caráter antinacional de seus editoriais desde os tempos de Getúlio: “Mas não se iludam: Lula foi eleito para governar e reconstruir o país”, alertou

Ricardo Stuckert

O presidente Lula, ao lado dos funcionários da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco

A presidenta Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente, neste domingo (21), a cobertura negativa da imprensa tradicional sobre a retomada dos investimentos estratégicos na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O mesmo fez o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, que denunciou a articulação conjunta da mídia corporativa contra os projetos desenvolvimentistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o de retomar o controle da política energética. Trata-se de uma cobertura manipulada que ainda tenta defender o fracasso das privatizações do setor elétrico.

Ambos lembraram que os barões da mídia brasileira se uniram últimos dias em torno de uma  campanha coordenada contra a retomada da refinaria, atacando o presidente Lula em editoriais e comentários. O interesse estratégico na retomada do empreendimento – como a redução da dependência de importações de derivados de petróleo –  é praticamente ignorado pelos empregados da mídia corporativa, que na prática agem como porta-vozes de interesses estrangeiros no país.

A expectativa é de que, quando a refinaria estiver funcionando em sua plena capacidade, o faturamento seja de R$ 100 bilhões ao ano, com a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos, além de um acréscimo de 13 milhões de litros de Diesel S10 (de baixo teor de enxofre) por dia à capacidade de produção nacional. Boa parte do diesel que hoje é importado será produzido na Abreu e Lima. O investimento faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Golpistas e antinacionais

Gleisi lembrou do histórico de campanhas da imprensa corporativa contra o desenvolvimento da economia brasileira. Recordou que os  mesmos veículos que hoje atacam Lula se opuseram às reformas desenvolvimentistas de Getúlio Vargas, João Goulart e dos governos do PT, apoiando a entrega dos ativos nacionais para o capital financeiro internacional.

Em postagem na plataforma social X (antigo Twitter), Gleisi afirmou que a imprensa corporativa não irá conseguir impedir o presidente Lula de cumprir sua promessa de reconstruir o Brasil. “É uma longa trajetória de entreguismo e subserviência a interesses estrangeiros. É o que explica seus editoriais raivosos. Mas não se iludam: Lula foi eleito para governar e reconstruir o país. E é isso que ele está fazendo”, escreveu.

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Leia a íntegra da postagem de Gleisi:

“O que têm em comum a  Folha,  O Globo e  Estadão, além dos editoriais uníssonos, desde sexta-feira, ofendendo Lula pela retomada da refinaria Abreu e Lima, que vai acabar com a dependência brasileira de importação de combustíveis:

– Os três fizeram campanha contra a Lei do Petróleo, de Getúlio Vargas, que criou a Petrobrás e o monopólio estatal, em 1953.

– Os três fizeram campanha pela deposição de Getúlio em 54.

– Fizeram oposição a João Goulart, que criou a Eletrobrás, regulou a remessa de lucros para o exterior e fez o decreto da reforma agrária.

– Apoiaram o golpe de 1964 e defenderam a ditadura até onde isso lhes foi possível.

– Defenderam e aplaudiram todas as privatizações danosas ao país: CSN, Vale, BR Distribuidora, Gasodutos, Eletrobrás.

– Apostaram contra o pré-sal, dizendo que não tínhamos capacidade de explorar.

– Depois, defenderam e aplaudiram a entrega das nossas grandes reservas a petroleiras estrangeiras.

–  Apoiaram e foram cúmplices de Sergio Moro, que destruiu a indústria brasileira de engenharia, óleo e gás.

– Apoiaram o golpe contra a presidenta Dilma e o desmonte da Petrobrás nos governos do golpe e de Bolsonaro.

– Festejaram a dolarização dos preços de combustíveis e a redução a Petrobrás a mera exploradora de petróleo.

É uma longa trajetória de entreguismo e subserviência a interesses estrangeiros. É o que explica seus editoriais raivosos. Mas não se iludam: Lula foi eleito para governar e reconstruir o país. E é isso que ele está fazendo.”

Sabotagem contra a soberania nacional

Já Paulo Pimenta, também pelo ex-Twitter, assinalou:  “Dois fatos chamam atenção pela sincronia e articulação da grande mídia corporativa: 1) um discurso contra qualquer tentativa soberana do Brasil retomar o controle de sua política energética em especial na área de petróleo e gás. 2) um tentativa de blindar o fracasso das privatizações como medidas ‘modernas e eficientes’ para garantir gestão, investimentos e qualidade no atendimento dos usuários dos serviços das companhias de energia elétrica”.

“Dois temas que revelam uma mesma lógica. São porta-vozes do grande capital financeiro e especulativo que lucram com governos e Estados fracos. São os que enriquecem ainda mais se apropriando do patrimônio do povo para prestação de serviços de baixa qualidade, caros e que lucram inclusive com importação de combustíveis. Os editoriais e os comentaristas de plantão representam a voz do capital que  financia seus veículos de imprensa e exigem defesa diante do indefensável”, disse.

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Ele acrescentou:

“Os políticos e articulistas da mídia que endeusaram as privatizações agora reclamam que, … ‘está havendo instrumentalização’ política da incapacidade das empresas privadas de energia elétrica de atender os usuários que estão sem luz há 4 dias. É muito cinismo e hipocrisia. Ficaram anos atacando o serviço público a soldo de grande grupos privados e agora posam de vítimas da natureza. É muita cara de pau dessa gente !!”

A postagem de Pimenta se refere aos editoriais dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo dos últimos dias com ataques aos projetos do governo Lula para o desenvolvimento da economia nacional, que focam na retomada dos investimentos em refino do petróleo brasileiro e de fontes de energia renovável pela Petrobrás.

Do PT na Câmara

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