Humberto Costa analisa o depoimento de Nelson Teich; assista

Para o senador, informações dadas pelo ex-ministro da Saúde corroboram ideia de que Jair Bolsonaro tem responsabilidade direta no trágico quadro da pandemia no Brasil

Roberto Stuckert Filho

Humberto Costa: "Vamos nos encaminhando nos encaminhando para uma conclusão da responsabilidade direta do presidente da República"

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI da Covid, considera que o depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, nesta quarta-feira (5), ajudou a Comissão Parlamentar de Inquérito a entender melhor a responsabilidade de Jair Bolsonaro por centenas de milhares de mortes durante a pandemia.

“O ministro Nelson Teich confirmou que foi objeto de pressão dentro do governo e atribuiu ao próprio presidente Jair Bolsonaro a insistência para que adotasse um protocolo no Ministério da Saúde orientando o uso da cloroquina (no tratamento da Covid-19). E deixou claro que ele não teve a autonomia necessária para desenvolver o trabalho”, pontuou o senador à TVPT.

“Tudo isso vai compor o relatório que nós vamos fazer e, sem dúvida, vai nos encaminhando para uma conclusão da responsabilidade direta do presidente da República nesse quadro que nós vivemos hoje no Brasil, um quadro trágico”, acrescentou (assista no vídeo abaixo).

Humberto Costa considerou importante o fato de Teich ter explicado por diversas vezes porque é um erro o uso da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19, uma vez que, além de não aumentar as chances de sobrevivência do paciente, traz riscos adicionais ao doente. Outro ponto destacado pelo parlamentar foi a crítica do ex-ministro ao posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), “que lavou as mãos diante da prescrição desse medicamento“.

Vacinas

Nesta quinta-feira (6), a CPI colherá os depoimentos do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Para Humberto Costa, será uma oportunidade de os senadores entenderem o papel que o governo federal vem desempenhando na aquisição de vacinas contra o novo coronavírus.

“Vamos cobrar tudo que está sendo feito ou deixando de ser feito no que diz respeito à busca pelas vacinas. Há uma pendência séria entre a produtora da Sputnik V e a Anvisa, e o governo não faz o menor movimento no sentido de tentar agilizar esse processo de tomada de decisão, de agilizar algum tipo de entendimento que garanta à população brasileira 66 milhões de vacinas que foram encomendadas pelo Consórcio Nordeste e o Consórcio Norte, por estados e municípios”, antecipou.

A investigação sobre a demora na aquisição de vacinas, inclusive com a recusa de ofertas, deverá continuar na semana que vem, uma vez que foram aprovados os requerimentos de audiência com ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Eteriores) e Fábio Wajgarten (Secretaria de Comunicação), além de representantes de empresas fabricantes de imunizantes (veja na agenda abaixo).

Da Redação

 

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