Indústria fatura 22,5% menos do que faturava no tempo do PT

Dado foi divulgado pela CNI, que mensalmente calcula o índice de faturamento industrial brasileiro. Cenário passou a piorar a partir da Lava Jato

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Sem indústria, bons empregos desaparecem

Com um governo que se recusa a investir para impulsionar a economia e só pensa em vender as empresas nacionais que poderiam ajudar o Brasil a se desenvolver, a indústria continua a colher maus resultados, colocando o país no caminho do desemprego e do trabalho mal remunerado.

O índice desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para medir o desempenho financeiro do setor voltou a cair em fevereiro, segundo dados divulgados na segunda-feira (18). Com isso, a indústria nacional brasileira fatura hoje 22,5% menos do que faturava quando Dilma Rousseff era presidente.

O gráfico apresentado pela CNI mostra claramente que, durante o governo Dilma, o faturamento industrial apresentava tendência de alta, com os três melhores resultados da história registrados entre abril de 2013 e fevereiro de 2014 (veja abaixo). 

A data é emblemática. No mês seguinte, em março de 2014, teria início a operação Lava Jato, que, para alcançar seus objetivos políticos, perseguiu e sabotou as principais empresas nacionais, especialmente nas áreas de construção civil e petróleo e gás. A partir de então, o gráfico passa a cair vertiginosamente, com queda ainda mais expressiva a partir de 2015, quando a sabotagem ao governo Dilma se intensificou, tendo como meta o golpe de 2016.

Gráfico reproduzido do UOL

O indicador da CNI reforça o que outros dados vinham revelando: o governo Bolsonaro nada faz para recuperar a indústria nacional, deixando-a definhar. Segundo o IBGE, a produção industrial começou 2022 com queda de 2,4% entre dezembro e janeiro. Quando comparado com o desempenho registrado em janeiro do ano passado, o tombo é ainda maior: 7,2%.

A verdade, é que a adoção de uma política neoliberal, de desmonte do Estado e interrupção dos investimentos, tem aniquilado o parque industrial brasileiro. Embora se trate de um problema crônico, a desindustrialização se acelerou no período pós-golpe, com a participação da indústria no PIB caindo de 22,5%, em 2015, para 20,4%, em 2020.

Indústria automobilística

Um setor que deixa clara a gravidade do quadro é o da indústria automobilística, um dos setores mais beneficiados durante os governos do PT, inclusive com um programa industrial específico para o setor criado por Dilma, o Inovar-auto. Com Lula e Dilma, a produção total de veículos deu um salto extraordinário, saindo de 1,691 milhão de unidades em 2000 para 3,713 milhões de unidades em 2014. A partir de 2016, porém, essa produção caiu até chegar a 2,014 milhões de unidades em 2020.

Para os trabalhadores, uma indústria enfraquecida significa menos opções de empregos e trabalhos mau remunerados, uma vez que é na indústria que se concentram os empregos que exigem maior qualificação e, consequentemente, pagam mais. Já para o país, esse processo representa um retorno à situação colonial, na qual o Brasil servia apenas como fornecedor de matéria-prima para países ricos.

Da Redação

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