Instituto de Villas Bôas vive à base de convênios com o governo

Segundo a ‘Folha de S. Paulo’, instituto criado pelo ex-comandante do Exército recebeu patrocínio e fechou convênios com órgãos federais

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General Villas Bôas

Embora seja formalmente independente, o instituto criado pelo general Eduardo Villas Bôas, ex-comadante do Exército, mantém relações próximas com o governo Bolsonaro, fechando parcerias com ministérios e recebendo ao menos um patrocínio, informa matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (19).

O Instituto General Villas Bôas (IGVB) foi criado há menos de um ano e meio, em dezembro de 2019. Desde então, ainda segundo a Folha, recebeu financiamento da Fundação Habitacional do Exército no valor de R$ 60 mil, a serem utilizados como quiser, e fechou acordos grandiosos com órgãos federais.

Com o Ministério da Educação, por exemplo, informa o jornal, o IGVB anunciou um convênio para o lançamento de uma série de cem livros chamada Coleção Pensadores do Brasil, que inclui obra do general Golbery Couto e Silva, figura de destaque da ditadura militar.

Já com o Ministério da Ciência e Tecnologia, foi assinado um acordo para o desenvolvimento de projetos de tecnologia assistiva, com a participação do IGVB. A parceria gerou um edital no valor de R$ 40 milhões para financiar iniciativas na área.

A reportagem informa ainda que o instituto conta com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que sede uma sala ao projeto do general, e com a agência de comunicação FSB, que criou a logomarca do IGVB.

Proximidade com Bolsonaro

A Folha lembra também a proximidade de Villas Bôas com Bolsonaro. No começo do governo, o general chegou a ser nomeado para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Além disso, na posse de Fernando Azevedo e Silva no Ministério da Defesa, em janeiro de 2019, Bolsonaro disse ao militar: “General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”.

Foi Villas Bôas quem publicou o infame tuíte pressionando o Supremo Tribunal Federal (STF) na véspera do julgamento na Corte de uma habeas corpus que poderia libertar o presidente Lula, meses antes das eleições de 2018. O episódio é apurado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo

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