Maioria das mulheres vítimas de homicídio no Brasil é negra

Levantamento do Atlas da Violência 2019 mostra que dos 4.936 casos de assassinatos de mulheres em 2017, em 66% dos casos as vítimas eram negras

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Casos de feminicídio vêm crescendo ano após ano

Em 2017, foram registrados 4.936 casos de assassinatos de mulheres no Brasil, uma média de 13 por dia, o maior índice em uma década. Na maioria dos casos as vítimas eram negras (66%), foram mortas por armas de fogo e grande parte dos crimes aconteceram dentro da residência, segundo dados do Ministério da Saúde compilados pelo Atlas da Violência 2019 lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quarta-feira (5).

O Atlas da Violência traz dados preocupantes. No ano de 2017, foram registrados 65.602 assassinatos no Brasil, desse índice três quartos das vítimas eram negras, segundo noticiou a BBC.

A taxa de assassinatos de mulheres aumentou em 20,7% entre 2007 e 2017, mas quando se faz um recorte racial, esse número é ainda mais absurdo. Para as mulheres negras, houve crescimento de mais de 60%, enquanto que para mulheres não negras esse aumento foi de 1,7%.

Os dados de 2017 mostram também que das quase 5 mil mulheres assassinadas, 53,8% foram mortas com armas de fogo e 26,8% com objetos cortantes.

O texto da pesquisa afirma que o fato de quase 40% das mortes de mulheres terem acontecido dentro de casa faz com que sejam grandes “as chances de que se relacionem a casos de feminicídio“.

Outro recorte apontado pelo levantamento é o de regiões.  No Norte e Nordeste houve aumento considerável em alguns estados. O Ceará, por exemplo, registrou crescimento de 71,6% de assassinatos de mulheres.

O relatório também critica o decreto de Jair Bolsonaro (PSL) que flexibiliza a posse de armas. “Considerando os altíssimos índices de violência doméstica que assolam o Brasil, a possibilidade de que cada vez mais cidadãos tenham uma arma de fogo dentro de casa tende a vulnerabilizar ainda mais a vida de mulheres em situação de violência”, diz um trecho.

Só em 2017, mais de 221 mil mulheres registraram queixa de agressão em decorrência de violência doméstica, mas segundo a pesquisa esse “número pode estar em muito subestimado dado que muitas vítimas têm medo ou vergonha de denunciar”.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações da BBC

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