Maria do Rosário reforça o lugar dos temas de gênero nas políticas de formação do PT

Valorização dos saberes e disseminar a transversalidade da discussão de gênero são parte das propostas anunciadas pela secretária nacional de formação do PT

“Ter uma presidenta de partido reeleita não é comum na vida política brasileira”. Com essa reflexão, a deputada federal e secretária nacional de formação do PT, Maria do Rosário, abriu o debate sobre como a participação de mulheres na política transforma os espaços públicos, desloca forças conservadoras e propõe reformulações em iniciativas de formação no Partido dos Trabalhadores.

Ela falou sobre o tema no Conselho Político Nacional de Mulheres do PT, realizado de 4 a 6 de fevereiro, no Rio de Janeiro. 

“Não adianta dizer que as mulheres ocupando espaços [no parlamento], tudo ficará igual para todos os demais. Quando as mulheres do PT ocupam os espaços, elas deslocam forças conservadoras, mexem na estrutura, mexem na cultura, porque nós integramos a esses espaços o conceito de igualdade”, explicou Maria do Rosário a partir da longa trajetória no parlamento brasileiro.

A deputada federal é secretária nacional de formação do PT e reforçou o legado de Paulo Freire como referência para os próximos cursos, atividades e outros espaços de formação política do partido. Valorização dos diferentes saberes e ampliar o grau de escuta estão entre as estratégias da secretária que afirmou se inspirar da educação freiriana.

“Isso é estratégico. Quando valorizamos os diferentes saberes, entendemos que a questão de gênero não deve estar restrita a uma formação específica de gênero. Deve estar ali, mas também deve estar em todas as outras áreas de formação política do partido”, explica Rosário.  

Por fim, a deputada terminou com uma história pessoal e que inspira sua atuação interna para reforçar a parceria entre as secretarias de Formação e de Mulheres:

“Na minha região, tem uma companheira que, quando fala em público, dentro do  partido, fala com as mãos fechadas. Sabe por quê? Certa vez ela contou que tem vergonha. Ela é do campo e tem as mãos marcadas pela lida. Ela fala de mãos fechadas para esconder as marcas. Temos que ser capazes de fazer com que ela abra as mãos quando fala conosco, porque se sente uma de nós. Porque nós temos orgulho de quem ela é”.

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