Médicos da Prevent Senior não comparecem à CPI da Câmara de SP

Cinco médicos que tiveram seus nomes associados à administração de kit Covid, remédios sem eficácia e tratamento experimental não compareceram à reunião desta quinta-feira, 4, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Prevent Senior, no Auditório Prestes Maia, da Câmara Municipal de São Paulo. A CPI decidiu reconvocar os médicos, agora na condição de investigados.

Foram convidados para prestar depoimento os médicos Sérgio Antonio Dias da Silveira, Daniella Cabral de Freitas, Rodrigo Barbosa Esper, Rafael de Souza da Silva. No entanto, foram  beneficiados pelo pedido de habeas corpus impetrado por advogados da Prevent Senior, e Carla Morales Guerra, que solicitou à CPI que fosse agendada uma nova data para ser ouvida porque está residindo atualmente em Fortaleza, no Ceará.

O vereador e presidente da CPI da Prevent Senior, Antonio Donato (PT), disse que os médicos seriam ouvidos na condição de “convidados” e que a CPI foi informada mais cedo por e-mail que os quatro primeiros convidados pretendiam ser inqueridos virtualmente.

“O convite não foi para inquisição virtual e sim comparecimento. Era desnecessário esse habeas corpus. Nós não os convidamos na condição de investigados porque é muito cedo para fazer esse tipo de afirmação. Quem é investigada hoje é a Prevent Senior”, afirmou Donato.

“A conduta individual de cada profissional vai ser de batida aqui na CPI com direito ao contraditório. Os nomes destes médicos apareceram aqui por conta da pesquisa com hidroxicloroquina, do depoimento do doutor Jorge Venâncio, do Conep, e do manual de procedimentos da própria Prevent que indicava o tratamento com hidroxicloroquina.”

Para Donato, o habeas corpus e o não comparecimento são formas de criar obstáculos para as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito. A CPI da Prevent aprovou requerimento de Donato convocando os quatro médicos na forma de investigados para prestarem depoimento no próximo dia 11 de novembro, às 10h, na Câmara Municipal de São Paulo.

Em nota, o presidente da CPI diz que não é verdade que a comissão tenha facultado “aos médicos da operadora de saúde depoimento virtual à comissão que investiga a atuação dela na pandemia e que o requerimento aprovado convidando os médicos deixava claro que o depoimento seria presencial”.

A CPI informa que advogado dos médicos enviou ontem (3), às 19h14, e-mail confirmando os depoimentos “através de aplicativo”. Nesta quinta, meia-hora antes de o início da reunião, novo e-mail do advogado dos médicos informava sobre o habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça e indagava sobre “a possibilidade de encaminhar o link também por aqui”.

Segundo a nota, tendo a Prevent Senior informando que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, “aguardamos o comparecimento dos médicos, agora na condição de investigados, na próxima reunião da comissão, dia 11 de novembro”.

Da Redação