‘Não era amor’: Trump anuncia retomada das tarifas de aço e alumínio do Brasil

‘…era cilada’: mais uma vez, as ações de Donald Trump demonstram que relação com Bolsonaro não é tão amistosa quanto parece

Ao contrário do que acredita Jair Bolsonaro (sem partido), Donald Trump não corresponde da mesma maneira ao amor que recebe do brasileiro. Não é a primeira vez que o presidente dos Estados Unidos adota medidas que não favorecem o Brasil sem nem pensar duas vezes.

Nesta segunda-feira (2), Trump anunciou em seu Twitter que pretende retomar as tarifas para importação de aço (25%) e alumínio (10%) do Brasil e da Argentina.

“Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores. Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”​, escreveu.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Trump também fez um pedido para que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) impeça que esses países tomem vantagem de um dólar mais forte, o que desvaloriza suas moedas.

No Brasil, o dólar já atingiu recordes de alta. Na última terça-feira (26), a moeda estadunidense chegou a R$4,26. O real foi a quarta moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no mês de novembro, segundo levantamento da Austin Rating em reportagem do G1, com uma desvalorização de 5,2%. A moeda brasileira ficou atrás somente do bolívar soberano, da Venezuela (-36,1%), do kwacha, da Zâmbia (-9,3%), e do peso do Chile (-8,1%).

‘Não era amor, era cilada’

 

A internet reagiu fortemente nesta segunda-feira (2) após o tweet de Trump. As principais postagens indicam que o presidente dos Estados Unidos deu um fora em Bolsonaro depois de ter assumido um ‘alinhamento político’ e de ter recebido ‘juras de amor’ de Jair. Frases como “Não era amor, era cilada”, “E agora Jair? Acabou o amor?” e “Trump não está atendendo de novo…. Acho que vou mandar um áudio no zap”, entre outras, estão correndo pelas redes sociais.

A presidenta Nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, também se manifestou sobre o anúncio de Trump e criticou a submissão do desgoverno aos Estados Unidos.

Não é o primeiro fora

 

Ao que parece, a relação privilegiada que Bolsonaro afirma ter com Trump não passa de uma ilusão. Em outubro, Trump recuou da promessa de endossar o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em março de 2019, o anúncio do apoio de Trump ao Brasil, em entrevista coletiva na Casa Branca, foi comemorado pelos defensores do alinhamento automático aos EUA como grande vitória. Em julho, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, havia reiterado o apoio de Washington ao ingresso do Brasil na instituição. Em contrapartida, o Brasil ofereceu a Trump a entrega da plataforma de lançamento de foguetes de Alcântara, liberação de visto para turistas dos EUA e cooperação nas agressões à Venezuela.

Porém, no documento enviado no final de agosto, o secretário Mike Pompeo informou que os Estados Unidos apoiariam apenas o ingresso da Argentina e da Romênia. Mesmo com toda a submissão de Bolsonaro, Trump seguiu e segue defendendo seus próprios interesses.

Relação unilateral

 

Em setembro, Bolsonaro já havia tomado outra decisão para agradar Trump e que não resultou em nada positivo para o Brasil. O desgoverno elevou a cota de importação de etanol com isenção de tarifa de 20% de 600 milhões de litros para 750 milhões de litros. A medida teria o objetivo de incentivar a compra de açúcar brasileiro pelos EUA. No entanto, a decisão não resultou em nenhuma movimentação do governo dos Estados Unidos e foi mais uma atitude tomada de maneira unilateral por Bolsonaro, provocada por sua idolatria por Donald Trump.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S.Paulo e G1

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