Não existem atalhos para a soberania popular, defende Randolfe

Senador da REDE do Amapá refuta nomeação de novo presidente “conspirada nos porões da política” por meio de votos no Congresso e defende nova eleição

Foto: Beto Barata/ Agência Senado

Em discurso antes da votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado, na noite nesta terça-feira (30), o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) defendeu que, mesmo aqueles que fizeram oposição aos governos petistas, como ele próprio, devem respeito à democracia e soberania popular e não podem apoiar um golpe parlamentar.

O PMDB, com sete ministérios e a vice-presidência, o comando da Câmara e do Senado, articula esta farsa chamada impeachment. O espírito público, o poder que o povo nos delegou, não permite a nós agir aqui com espírito de vingança. O governo Dilma cometeu diversos erros, e esse acerto de contas se dará com a história, mas não nos permite condenar uma pessoa inocente. Essa é uma decisão que atinge o povo e o futuro da democracia”, ressaltou.

Randolfe é um dos autores, ao lado de parlamentares de PT, PCdoB e PDT, de uma representação ao Ministério Público que tenta anular o processo do impeachment por conta do fato de que a única testemunha de acusação do processo, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Antônio Carlos Costa D’Ávila Carvalho Júnior, julgou um parecer redigido por ele próprio com o objetivo explícito de incriminar a presidenta Dilma.

O que assistimos aqui foi um absurdo, uma confissão plena de que o principal artífice da denúncia, na verdade, fez parte de um conluio, de uma conspiração, para ter o resultado ‘certo’. Isso não é razão para afastar uma presidente. E nós aqui vamos dar cabo à posse de um vice ilegítimo que quer dar cabo a direitos, que em qualquer eleição não teria nenhum voto. Desafio os senhores a tentar aprovar esse programa nas urnas. Nunca, senhores, a não ser em um estado de exceção, em uma ditadura, um plano desses seria implementado”, questionou Randolfe, que declarou voto contrário ao impeachment.

Não mancharei a minha biografia entrando para a história como golpista. Como alguém que chamado a ter um ato de coragem, se acovardou”, concluiu o senador, que defendeu a realização de novas eleições como melhor forma de superar a atual crise política.

“Se um governo impopular, o remédio não é impeachment. O remédio é eleições, voto, soberania popular. Não existem atalhos, como este que o PMDB quer percorrer por fora da vontade popular. Isto não pode ser solução para a crise. Esta crise foi constituída, desde o primeiro momento, pelo PMDB. Os autores e algozes da crise não podem posar de mocinhos”, disse.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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