No 30/6, Greve Geral vai parar o Brasil contra os desmontes

Mobilização organizada por centrais sindicais com apoio dos movimentos sociais defende a Previdência e os direitos trabalhistas, além de Diretas Já

Lula Marques/Agência PT

Brasileiros pedem Diretas Já e Fora Temer

As centrais sindicais brasileiras, com apoio dos movimentos sociais que compõe a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, irão parar o Brasil na sexta-feira, dia 30 de junho.

A mobilização vem sendo construída desde o final de maio e já contou com um esquenta na terça-feira (20), para divulgar as pautas para a população.

O objetivo principal é barrar o desmonte da previdência e a reforma trabalhista, que ataca os direitos garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além de exigir eleições Diretas Já.

Em encontro da direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o presidente da central Vagner Freitas afirmou que o momento não é de negociar redução de danos com golpista, muito menos desistir das mobilizações com a ilusão de que é possível negociar com o governo ilegítimo.

Estamos apoiando todas as iniciativas dos trabalhadores na construção da nova Greve Geral, que promete ser mais forte do que a última do dia 28 de abril
(Luiz Marinho)

Manifestações são esperadas em todos os estados brasileiros, com uma adesão maior do que a que foi vista na greve geral do dia 28 de abril, quando cerca de 40 milhões de trabalhadores aderiram a greve.

Nas principais cidades brasileiras, além da paralisação de trabalhadores de setores importantes, houve trancaços em avenidas e vias, além de manifestações durante todo o dia. As ruas vazias pela manhã, em decorrência da greve, destacaram as multidões em grandes atos contra as medidas do governo golpista ao longo do dia.

“Com os riscos que nós estamos correndo de ver ir por água abaixo conquistas históricas, conquistadas com muita luta, com a luta da Constituinte, das greves, dos movimentos sociais e para defender os direitos, estamos apoiando todas as iniciativas dos trabalhadores na construção da nova Greve Geral, que promete ser mais forte do que a última do dia 28 de abril”, afirmou o presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho.

Na avaliação de Freitas, a Greve Geral, do dia 28 de abril, e a o Ocupa Brasília, no dia 24 de maio, conseguiram mexer com o único fiapo que ainda sustenta Temer no poder, uma base conservadora no Congresso que busca acelerar a tramitação das reformas Trabalhista e Previdenciária.

A derrota da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais no Senado (CAS), defendeu Vagner, é algo que deve ser usado como argumento, inclusive, para convocar toda a sociedade a aderir à greve.

“Jamais o governo esperava que fosse perder a votação na CAS, com sua própria base votando contra, com senadores chamando Temer de corrupto e convocando Diretas Já! O que promoveu essa mudança foi nossa pressão e entramos quebrando o imenso apoio parlamentar, já que esse governo não tem qualquer apoio popular e social. Convocamos todas as centrais e todos os sindicatos para estarem nessa greve. Não acreditamos numa saída negociada com golpista”, falou.

Convocamos todas as centrais e todos os sindicatos para estarem nessa greve. Não acreditamos numa saída negociada com golpista
(Vagner Freitas)

Vagner voltou a dizer que não aceita discutir um programa de redução de danos na retirada dos direitos trabalhistas. “Apostamos na greve, no enfrentamento e na construção do dia 30. Suspender essa mobilização agora ajudaria o governo golpista no ataque aos trabalhadores e seus direitos”, acrescentou.

Para o Coordenador do MST, João Paulo, este momento é extremamente importante para ir às ruas barrar os retrocessos impostos aos trabalhadores pelo governo ilegítimo de Michel Temer e seus aliados.

“Os movimentos populares se unem com as centrais sindicais para garantir que no próximo dia 30 possamos parar o Brasil e arquivarmos de vez essa Reforma Trabalhista, que pode ser votada a qualquer momento no Senado”.

Em São Paulo, trabalhadores do setor de Transporte – metroviários, condutores, transporte de cargas e ferroviários, aprovaram em plenária no dia 19, o calendário de luta das centrais para a construção da greve geral. As categorias apontaram que será empenhado esforço total nas bases para a construção de uma greve ainda maior no final de junho.

“A CTB segue firme na construção da greve geral em defesa dos direitos e convocou toda a sua base para a greve do dia 30 de junho”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, que participou da plenária.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também deicidiu que irá cruzar os braços no dia 30. Mais uma vez, a categoria denunciará à sociedade o desmonte do Sistema Petrobrás, que agora atinge também as refinarias, através de uma política que é considerada uma deliberada sabotagem industrial.

Em Curitiba os trabalhadores das empresas de transporte público também anunciaram adesão à Greve Geral. O Sindimoc, que representa os 12 mil motoristas e cobradores da região metropolitana, se somará às demais categorias que vão às ruas exigir a saída do ilegítimo Michel Temer e a realização de eleições diretas para presidente da República.

Esquenta da 2ª Greve Geral

"O importante é as pessoas tomarem consciência de, que sem luta, nada se conquista. Então neste dia 30 é todo mundo na Greve Geral!". A Agência PT foi conversar com os manifestantes, sindicalistas e as lideranças que estiveram na Praça da Sé, em São Paulo, no "esquenta" da greve na noite desta terça-feira. Aperte o play e confira!

Publicado por Partido dos Trabalhadores em Quarta, 21 de junho de 2017

Mobilizações históricas

As mobilizações contra o desmonte de direitos e por Diretas Já vem ganhando cada vez mais força no Brasil. Os artistas já ocuparam as ruas de quatro cidades pedindo por Diretas Já neste ano.

Na última sexta-feira (16), mais de 40 mil pessoas tomaram as ruas de Belo Horizonte em mais um ato por eleições “ Diretas Já”. A manifestação teve shows de diversos artistas e a participação maciça de estudantes que participam do 55º Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE).

O ato se concentrou na Praça Afonso Arinos e seguiu em passeata até a Praça da Estação, onde aconteceram apresentações de artistas como Fernanda Takai, Erika Machado, Juarez Moreira, Chiquinho Amaral, Adriano Queiroga, Fábio Paladino e outros.

No dia 11 de junho, foi a vez de Salvador (BA). Um dos maiores cartões postais da Bahia ficou pequeno para aglutinar um verdadeiro mar de pessoas no Farol da Barra.

Artistas consagrados no cenário nacional e internacional se uniram as centrais sindicais e mais de 80 mil trabalhadores baianos para exigir a saída do presidente Michel Temer e clamar por eleições diretas no país.

Em São Paulo, o último ato aconteceu no dia 4 de junho. Mais de 100 mil pessoas ocuparam o Largo da Batata em uma grande manifestação organizado por artistas, produtores culturais e grupos de carnaval, exigindo eleições Diretas Já e Fora Temer.

Participaram vários nomes da música brasileira, como Tulipa Ruiz, Rael, Maria Gadú, Otto, Edgard Scandurra, Pitty, Paulo Miklos, Criolo, Emicida, Mano Brown, Chico Cézar e outros. Entre uma canção e outra, os artistas falaram da importância de eleições diretas como única saída para superar a crise política de maneira democrática.

No Rio de Janeiro, um grande show, no dia 28 de maio, reuniu intelectuais, artistas, parlamentares, lideranças sindicais e milhares de pessoas.  Dentre os artistas que participaram do ato estavam Caetano Veloso, Mano Brown, Milton Nascimento, Mart’nália, Teresa Cristina, Cordão da Bola Preta, Criolo, Otto, Mano Brown, Maria Gadú, BNegão dentre outros.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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