Novo golpe? Bolsonaro diz que só aceita resultado de eleição se for eleito

Candidato do PSL diz em entrevista que não reconhecerá qualquer resultado da eleição que não seja a sua vitória e sugere novo golpe caso PT vença

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Jair Bolsonaro

Como se não bastasse a onda de violência alimentada por um discurso de ódio que tem chocado o mundo, o candidato da extrema direita Jair Bolsonaro mostra mais uma vez seu desprezo pelas instituições democráticas.

Nesta sexta-feira (28), em entrevista exclusiva ao jornalista José Luiz Datena, o capitão disse que não irá aceitar qualquer resultado das urnas que não o leve à Presidência da República. “Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”

O motivo? Um suposto ‘tratamento’ que ele sente receber nas ruas. “Se você ver como eu sou tratado na rua e como os outros são tratados, você não vai acreditar. A diferença é enorme”, declarou.

Vale lembrar, essas mesmas urnas e o mesmo órgão federal elegeu Bolsonaro e seus três filhos inúmeras vezes. Curiosamente, ele nunca questionou os resultados desses pleitos.

Com afinidade explícita e declarada a um modelo de política muito presente nos anos da Ditadura Militar, o candidato questiona a seguridade das urnas eletrônicas, fato que obrigou o TSE a afirmar em nota que não há qualquer razão em suspeitar do modelo – desde 1996 presente nas eleições brasileiras.

“E inegável retrocesso no processo de apuração das eleições […]; traduz potencial violação ao princípio da eficiência da Administração; além de colocar em risco o segredo do voto, sem aparente utilidade concreta para a segurança, transparência e normalidade das eleições”, diz trecho da nota divulgada em julho.

O ataques às urnas eletrônicas é mais uma tentativa de minimizar a estagnação nas pesquisas e a repulsa do eleitorado feminino pelo candidato – neste sábado, cidades de todo o Brasil e de várias partes do mundo reforçam o grito contra a sua candidatura estimulado pela campanha #EleNão. A iniciativa, que não tem origem partidária, também foi ironizada pelo candidato.

Mas ele não para por ai. Na mesma entrevista desta sexta, disse ainda que se o PT vier a ganhar a eleição e cometer uma “primeira falta”, os militares teriam legitimidade para agir. “O que vejo nas instituições militares é que não tomariam iniciativa. Mas na primeira falta, poderia acontecer [uma reação] com o PT errando, sim. Nós, das Formas Armadas, somos avalistas da Constituição. Não existe democracia sem Forças Armadas”, afirmou.

Acostumado a agredir gratuitamente negros, mulheres e LGBTs, Bolsonaro desta vez preferiu mirar seus ataques ao TSE. “Dos ministros do TSE pois eles não tem capacidade de hackers. Mas desconfio de alguns profissionais dentro do TSE”. Procurado, o Tribunal Superior Eleitoral disse que não se posicionará sobre a declaração.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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