Paulo Mazaferro: É chegada a hora do PT se modernizar

é preciso rever a questão da formação politica dada pelo partido, tanto na forma como no conteúdo, por exemplo com aprendizagem a distância mais interativa e atual

Toda vez que uma demanda deste tipo aparece, vem a questão: Como? É partir daí que pretendo contribuir com esse texto.

Atingimos na luta institucional pelo poder, o limite do avanço da nossa proposta no atual cenário com seus atores.

Pelo visto não conseguiremos ter toda forca que tivemos na década de 70, 80 e 90 com os núcleos de base, estratégia do PT para disputar a sociedade naquele momento. Para atingir o necessário precisaremos que a comunicação seja feita de outras formas.

Precisamos ter melhores canais de comunicação com a população nesses tempos onde a ideologia perde protagonismo e a juventude quer saber mais sobre os diversos pontos de vista de uma mesma situação antes de escolher. E não conseguimos ao menos mostrar pra eles qual e a nossa.

E pelo visto a televisão por um bom tempo não será um meio de comunicação possível pra nosso.

Atualmente há outros canais de comunicação que o partido explora mal.

Institucionalmente não temos uma proposta de atuação em meios de comunicação através de celular, que hoje e o principal meio que se comunica e pelo qual mais se acessa a internet no Brasil. Nisso os conservadores estão levando a melhor. Eles estão mais organizados e estão levando o ponto de vista deles para mais gente e de uma forma mais eficiente que a nossa.

Também devemos prestar atenção como nos comunicamos, precisamos ter linguagem diversificada para as diferentes gerações.

Precisamos urgentemente de uma linguagem jovem para na internet e celular. Eles não gostam de textos longos com dissertações sobre os problemas. Eles gostam de textos curtos, algo que não deve ser encarada como impeditivo. Ao invés de passar toda a linha de raciocínio de uma só vez, devemos passa-la por partes em textos mais curtos e com mais imagem ou animação.

Outra questão e sobre a democracia interna. Não podemos repetir o que acontece no atual sistema politico nacional, que esta baseado num sistema de representação que reflete pouco a base. Esta inequivocamente, no momento do partido ser mais participativo e democrático internamente e suportar as consequências disto.

E uma questão de coerência com a nossa ideologia.

Deve haver mais consultas internas ao maior numero possível de militantes e simpatizantes. E maior aproximação da militância/simpatizantes com:

·      Os mandatos (legislativo e executivo) na definição da atuação politica das bancadas e da gestão;

·      Os dirigentes na decisão sobre o orçamento partidário, na escolha dos candidatos e nas estratégias de campanhas.

Internamente também deve haver uma mudança que agilize a tomada de decisão nas diversas instâncias.

Estamos na era das redes sociais com jornalistas no olho do furacão conversando diretamente com o publico sem intermediários, assim as decisões devem ser rápidas e com a maior base de apoio possível dentro e fora do partido. Devido em parte a essa morosidade, hoje no cenário politico somos um ator secundário.

Essas novas formas de relação interna definida no estatuto do partido

Devemos expandir nossa base de apoio de forma estratégica, precisamos ter mais apoio no setor jurídico e de comunicação. Pois foi nessas áreas que perdemos feio na disputa politica.

E por fim, é preciso rever a questão da formação politica dada pelo partido, tanto na forma como no conteúdo, por exemplo com aprendizagem a distancia mais interativa e atual.

Por Paulo Mazaferro, médico, morador de São Paulo-SP, para a Tribuna de Debates do IV Congresso. Saiba como participar.

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