PF avança na identificação de financiadores dos atos terroristas de 8/1

Operação Lesa Pátria cumpriu 53 mandados de busca, apreensão e indisponibilidade de bens em sete estados na manhã desta terça-feira (5)

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Prejuízo golpista: danos causados aos prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto passa de R$ 40 milhões

Em mais uma fase da Operação Lesa Pátria, a Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (5) 53 mandados de busca, apreensão e indisponibilidade de bens em sete estados para identificar os financiadores dos atos terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Segundo a PF, os danos causados aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto acumulam prejuízo em torno de R$ 40 milhões.

A PF não confirmou oficialmente o nome dos alvos da operação mas apurações da TV Globo e UOL revelaram os nomes da socialite de Araçatuba (SP), Marici Junqueira de Andrade Bernades; Rodrigo Augusto Albani Borini, filho do ex-prefeito de Birigui (SP) e Rodrigo de Souza Lins, suplente do PRTB na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.

“Sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, a Polícia Federal cumpre hoje mais 53 mandados judiciais, com busca e apreensão, além de indisponibilidade de bens. O trabalho continua em defesa da nossa Pátria, em semana tão simbólica. Que nunca mais queiram rasgar a nossa Constituição e destruir o Estado Democrático de Direito”, escreveu o ministro da Justiça Flávio Dino em sua conta no Twitter.

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Por ordem do STF, foram cumpridos 26 mandados em Minas Gerais, 12 em São Paulo, seis no Paraná, três em Santa Catarina e dois no Mato Grosso do Sul, Tocantins e Ceará com determinação de indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, incitação ao crime, associação criminosa, dano qualificado, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

De acordo com a jornalista Camila Bonfim da GloboNews, a ação de hoje está sendo considerada pelos investigadores como a mais importante porque tem medidas não só para ‘descapitalizar’ os suspeitos como também garantir ressarcimento e evitar novos atos. O alvo são pequenos e grandes financiadores que pagaram o transporte dos golpistas para os atos.

“Foi esse custeio que permitiu a chegada em massa, em Brasília, dos integrantes de um dos maiores atos contra a democracia na história recente do país. Além de fazer buscas nos endereços dos financiadores, a PF também está aprendendo passaportes, bens e armas”, destacou a jornalista. Ela detalhou que, além de “quebrar a força” dos financiadores, a ação está ocorrendo na “Semana da Pátria, a dois dias do 7 de Setembro – um recado didático do funcionamento das instituições contra as intenções golpistas”, concluiu.

Desde a sua primeira fase até agora, a Operação Lesa Pátria cumpriu 78 mandados de prisão, 277 mandados de busca e apreensão e instaurou 17 inquéritos.

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Lesa Pátria busca mentores do golpe contra a democracia

A Operação Lesa Pátria começou dia 20 de janeiro, 12 dias após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes em Brasília. Na ocasião, a PF prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas e decretou buscas em 16 endereços em seis estados.

Desde então, a PF abriu um canal de denúncias e tornou a operação permanente. O objetivo é identificar os mentores por trás da tentativa de golpe contra a democracia e as instituições, com buscas por pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos em Brasília.

Nas fases seguintes aconteceram prisões como a de Antônio Cláudio Alves Ferreira, extremista capturado pelas câmeras do Palácio do Planalto e que destruiu o relógio de pêndulo de Dom João VI. Ele foi preso em Uberlândia (MG). A idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia ‘pegar o Xandão’, também foi presa.

O sobrinho de Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas em seu endereço na terceira fase da Lesa Pátria. Em fevereiro quatro oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal suspeitos de conivência com os terroristas. Um deles é o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era chefe do Departamento Operacional da corporação, setor responsável pelo planejamento da operação de segurança para o dia 8 de janeiro.

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Na semana passada a Operação Lesa Pátria alcançou o valentão Amauri Ribeiro, deputado estadual de Goiás (União Brasil). Dia 6 de junho ele fez discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás dizendo que “deveria estar preso” por ter ajudado, com dinheiro, comida e água, os radicais que estavam nos acampamentos em frente aos quartéis do Exército, protestando contra o resultado das eleições.

Ribeiro, que também confessou ter acampado junto com os manifestantes e afirmou que “faria tudo de novo”, responde por denúncias de racismo, homofobia e ameaça, já admitiu ter espancado a filha e prometeu uma “guerra civil” caso Bolsonaro perdesse as eleições.

Da Redação

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