PT vai ao STF contra hostilidade de Bolsonaro à Venezuela

O Partido dos Trabalhadores pede que seja cessado todo e qualquer ato de hostilidade ao corpo diplomático venezuelano em território nacional

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Hostilidade do governo ao país vizinho estimulou invasão à embaixada venezuelana em novembro de 2019

O Partido dos Trabalhadores apresentou, nesta terça-feira (11), ao Supremo Tribunal Federal, ação constitucional contra os atos de hostilidade praticados pelo governo Bolsonaro ao corpo diplomático venezuelano que se encontra em território brasileiro.

Na ação, o partido narra que a gestão do atual presidente, desde que assumiu o poder, vem alterando as tradições diplomáticas brasileiras, colocando o país em rota de colisão com outras nações, a partir de um alinhamento automático com os Estados Unidos. Um dos exemplos mais evidentes foi o reconhecimento do autointitulado presidente Juan Guaidó, da Venezuela, apesar de Nicolás Maduro ter saído vencedor das eleições internas daquele país.

A partir daí, foram inúmeros os incidentes diplomáticos contra os representantes da nação venezuelana em território brasileiro, tal como a declaração dos membros do corpo diplomático indicados pelo governo oficial da Venezuela como persona non grata, com a ordem de saída imediata do Brasil em plena pandemia. Mais recentemente, o Ministério das Relações Exteriores apontou a desacreditação dos funcionários consulares venezuelanos, requerendo que a Polícia Federal os investigassem pelo cometimento de falsidade ideológica em razão da prática de atos consulares.

O partido afirma na ação que tais atuações representam atos inconstitucionais do Governo Federal, em especial por violar o art. 4º da Constituição da República, que estabelece o princípio da não intervenção nas outras nações, o que significa a impossibilidade de não se reconhecer os funcionários diplomáticos dos outros países em razão da discordância com a orientação do governo eleito.

A ação conta com um pedido liminar de suspensão de todo e qualquer ato de hostilidade ao corpo diplomático venezuelano em território nacional que possa ser praticado pelo Governo Brasileiro em razão do não reconhecimento da legitimidade do governo de Nicolás Maduro.

A Ministra Carmem Lúcia será a relatora da ADPF, que não tem data para ser julgada.

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