Sem enfrentar a crise, Paulo Guedes faz chantagem por mais arrocho

“Paulo Guedes cortou direitos ao aprovar reformas canhestras – e o país não obteve resultado algum”, alerta o senador Humberto Costa (PT-PE)

Alessandro Dantas

Rogério Carvalho

Nesta quinta-feira, 11, os jornais informam que a contaminação pelo coronavírus está entrando em fase de crescimento exponencial no país, atingindo vários estados. Ao mesmo tempo, por conta da crise no setor petrolífero, diversos setores econômicos também já apresentam dificuldades de produção.

Até o momento, Bolsonaro não dá sinais de que pretende adotar medidas para conter os danos causados pela crise que afeta a economia, a produção e o emprego dos brasileiros. A inoperância é agravada pela desastrosa desaceleração da economia, engessada pelo teto de gastos, que registrou PIB de 1,1% em 2019.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou medidas econômicas para tentar conter os danos causados pela propagação do coronavírus. A exemplo do BC da China, bancos centrais de diversos países estão oferecendo acesso a crédito barato para empresas mais atingidas pela epidemia do coronavírus.

O governo Bolsonaro, no entanto, na contramão do mundo, está fechando os olhos para a realidade, abandonando empresários e trabalhadores à própria sorte – ou nas mãos do “mercado”.

E, pior, antes de qualquer medida compensatória, aposta em se aproveitar  da crise mundial para aprofundar ainda mais o arrocho fiscal, incluindo, agora, ameaça de contingenciamento do orçamento.

“O Ministério da Economia propõe acelerar a pauta que vem conduzindo junto ao Congresso Nacional”, anunciou o ministro Paulo Guedes. A afirmação está em carta enviada aos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, aumentando a chantagem pela aprovação de novas reformas.

Para o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado, a agenda de reformas do atual governo representa “o aniquilamento do Estado brasileiro responsável pela redistribuição de riquezas e investimentos públicos capazes de dinamizar o desenvolvimento do País”.

Em tramitação no Senado Federal, entre outras medidas, a PEC Emergencial tem por objetivo reduzir ainda mais o investimento em setores como saúde, educação e segurança, dificultando ainda mais o acesso da população a serviços essenciais.

Em matéria do jornal Valor, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, defendeu a continuidade do teto de gastos. “Estímulos fiscais e monetários não estão na linha de frente das medidas em elaboração pelo governo porque a estratégia é outra”, afirmou.

As reformas trabalhista e previdenciária já mostraram sua ineficiência para enfrentar a crise e retomar o crescimento. “Paulo Guedes cortou direitos ao aprovar reformas canhestras – e o país não obteve resultado algum”, alerta o senador Humberto Costa (PT-PE).

Por PT no Senado

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