STF pede explicação a Bolsonaro sobre Copa América após ação do PT
“Considerando a importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do coronavírus, solicitem-se prévias informações ao Presidente”, decidiu o ministro Ricardo Lewandowski
Publicado em
Após pedido do Partido dos Trabalhadores para que o Supremo Tribunal Federal (STF) impeça a realização da Copa América no Brasil, o ministro Ricardo Lewandowski requisitou, nesta terça-feira (1º), informações a Jair Bolsonaro sobre a intenção de trazer o campeonato para os estádios do país.
“Considerando a importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do coronavírus, bem como a urgência que o caso requer, solicitem-se prévias informações ao Presidente da República no prazo legal”, destacou o ministro na decisão.
A realização da Copa América representa uma grave ameaça à saúde pública. Além de exigir que o governo federal reserve leitos que hoje faltam aos brasileiros para as comitivas de times, jornalistas e torcedores que virão de fora, a competição facilitará a disseminação de novas cepas do coronavírus e impulsionará a terceira onda da pandemia, alertam especialistas. Mesmo diante de tantos riscos, Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira, que mantém a intenção de realizar o campeonato.
Para impedir essa insanidade, o PT apresentou, na segunda-feira (31), um adendo à Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Vacinas contra a Covid, que exige do governo federal a apresentação de um plano nacional de vacinação e da qual Lewandowski é relator.
O pedido feito pelos advogados do PT(acesse aqui a íntegra do documento) é para suspender todas as tratativas relacionadas à realização no Brasil da Copa América de Futebol 2021. O partido argumenta que a autorização da realização da competição no Brasil, decidida de última hora e sem transparência, é irresponsável e põe em risco a saúde da população do país e das delegações estrangeiras.
Foram anexados à ação depoimentos de diversos especialistas em saúde pública que reagiram negativamente à realização da competição no país, argumentando que o ingresso e o trânsito interno no país de milhares de pessoas envolvidas na competição agravará os riscos de disseminação de novas cepas de coronavírus.
Da Redação