TV PT: Gleisi e Tereza anunciam proposta em defesa dos trabalhadores formais

O Partido dos Trabalhadores lançou, nesta quinta-feira (26), a TV PT. Através da plataforma, o partido irá divulgar dois programas diários – às 11h e às 19h – com o objetivo de discutir, apresentar medidas no Congresso e apontar saídas para a crise econômica, social e sanitária do coronavírus. A ideia é que a TV PT se torne um canal direto, ágil e fonte de informação para a militância e todos aqueles interessados na atuação da esquerda, dos movimentos sociais e da sociedade civil brasileira.

No programa de estreia, a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, e a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, falaram sobre o salário quarentena e o seguro quarentena, medidas de proteção aos trabalhadores formais e informais que vivem uma situação de total insegurança no trabalho e sem nenhuma orientação ou medida que parta do Governo Federal.

Gleisi anunciou a elaboração do projeto de lei “Salário quarentena: ninguém demite ninguém”, que visa proteger os trabalhadores e as trabalhadoras formais do Brasil. A proposta tem como objetivo pagar um salário mínimo para os funcionários de pequenas, médias e grandes empresas durante o período de pandemia. Aquela empresa que se comprometer a manter em sua folha os funcionários em isolamento terá os salários pagos pela União. De acordo com Gleisi, a proposta está sendo elaborada e ainda nesta quinta-feira será apresentada a outros partidos para que seja aprovada.

Ainda de acordo com a presidenta, outra proposta prioritária do PT e da oposição que é o seguro quarentena – pagamento de R$ 1.045 reais para os trabalhadores informais durante a quarentena – está encaminhada dentro do Congresso. De acordo com ela, a oposição está em contato com o Presidente do Congresso, Rodrigo Maia, para que seja analisada hoje ainda e vá para o Senado.

“Dessa forma a oposição está contribuindo para que o povo não seja prejudicado e o Brasil saia dessa crise. Espero que os liberais aprendam a lição e entendem que destruir o estado, os programas sociais não melhora em nada a economia. Eles cortaram orçamento, cortaram direitos do povo e, antes mesmo da pandemia, a economia brasileira já estava estagnada. Aí vem um problema desse tamanho como o coronavírus e eles veem que precisam de um estado forte para salvar as pessoas. Não podemos entrar nesse canto da sereia do liberalismo econômico”, declarou Gleisi.

A ex-ministra Tereza Campello fala sobre a importância das pessoas se cuidarem, ficarem em casa, mas também que o estado garanta a renda e cuide do trabalhador brasileiro, pois as pessoas precisam se alimentar, pagar suas contas. “É muito irresponsável colocar o trabalhador pra decidir se paga contas ou fica vivo em casa. Por isso, queremos ajudar as empresas a manter seus funcionários colocando o Governo para arcar, durante esse período, com um salário mínimo. Por outro lado, o empresário tem que garantir que não vai demitir ninguém com carteira assinada”, declarou Campello.Ela lembra que a maior parte da população brasileira não tem uma poupança para viver nesse período e que mais demissões resultam em mais crise econômica pós pandemia.

PT e oposição em defesa do povo: veja outras medidas

 

Nesta quinta (26), o seguro quarentena está sob votação no Congresso. Caso aprovado, os trabalhadores informais do Cadastro Único passam a receber um salário mínimo. Defensores do projeto – que já é consenso na oposição e em outros partidos – estão usando a tag #SeguroQuarentena nas redes sociais para pressionar sua aprovação.

“Apresentamos o seguro para a população de baixa renda, um salário para as 30 milhões de famílias que recebem o Bolsa Família e que pode alcançar até 100 milhões de pessoas. A outra prioridade é o salário quarentena”, explicou Tereza.

Ainda de acordo com Tereza, outras propostas também estão sendo apresentadas, como um conjunto de medidas feitas junto aos ex-ministros da Saúde do PT Arthur Chioro e Alexandre Padilha para enfrentar a crise sanitária. Também estão sendo formuladas propostas para ajudar empresas através de linhas de crédito, subsídios e o apoio ao pagamento de contas como energia.

“Precisamos também, para conseguirmos passar essa crise, discutir um pacto federativo com municípios e estados. São eles que estão lidando na ponta com todas as consequências do coronavírus”, disse.

Brasil na contramão do mundo

 

Tereza falou sobre como o presidente Jair Bolsonaro tem ido na contramão do que todos os outros países tem feito e até indo contra decisões da OMS. Ela lembrou que o Brasil teve tempo para se preparar e ainda conta com o SUS, o sistema gratuito de saúde referência mundial e que tem condições de enfrentar a pandemia. “Temos o SUS, a Caixa Econômica Federal – que eles querem privatizar também, o Brasil tem condições, mas precisava que o governo federal atuasse, o que não tem acontecido. Por isso, cabe à oposição atuar onde Bolsonaro não atua”.

TV PT: confira a programação

Dia 26/3 às 19h

Gleisi Hoffmann; João Paulo Resende (do Instituto Locomotiva) e Bruno Ramos (Movimento Nacional do Funk) com o tema “Coronavírus nas favelas – a realidade de quem vive nelas”.

Assista:

Da Redação da Agência PT de Notícias