“Seguramos a crise mantendo investimento”, diz Dilma

Oposição quer aplicar no Brasil a receita que não está dando certo no mundo, por ser uma política recessiva

Brasília - DF, 08/09/2014. Dilma Rousseff durante a entrevista para o Estadão. Foto: Ichiro Guerra

Em coletiva na tarde desta quarta-feira (10), a presidenta Dilma Roussef reafirmou que a independência do Banco Central é ruim para o País porque iria gerar uma supremacia dos bancos e favoreceria a política recessiva que não está dando certo no mundo.”Eu asseguro para vocês que esse povo da autonomia do Banco Central quer o modelo anterior, quer fazer um baita ajuste, um baita superávit primário, aumentar o juro para danar, reduzir emprego e reduzir salário”.

Para a presidenta, a oposição quer aplicar no Brasil a receita que não está dando certo no mundo, que é uma política recessiva aberta. “Nós seguramos essa crise mantendo o investimento”, diz.

 

Dilma rebateu a opinião da candidata Marina Silva (PSB), de que a presidenta criou a “bolsa-banqueiro”, referindo-se ao aumento na taxa de juros: “Eu não criei bolsa e nunca recebi bolsa-banqueiro. Não recebi e não paguei, são duas coisas”, declarou.

“Acho que cada setor nesse país merece ser ouvido e ter seus interesses considerados como legítimos, incluindo os bancos”, disse. “Mas entre isso [ser ouvido] e eu achar que os bancos podem ser aqueles que vão garantir a política monetária, fiscal e cambial há uma diferença”, afirmou.

Dilma mostrou que, ao contrário do que disse Marina, o governo tem diminuído as taxas de juros reais: “A média de 1995 a 2002 foi de 17%, a média de 2003 a 2010 foi 8%. A media de 2011 até 2014 foi 3,3%. É uma questão de dados”.

Ao ser questionada sobre a desaceleração da economia, a presidenta explicou que o relatório do Banco Mundial apontou que o mundo vive, atualmente, uma crise de desemprego, mas cita o Brasil e a China entre os países emergentes que não tiveram esse desempenho.

“Precisa do Banco Mundial vir e constatar isso: não desempregamos, não reduzimos salários, não reduzimos direitos sociais e não paramos de investir”, disse, lembrando que a crise levou os países a uma situação de grande problema: “Eles desempregaram, reduziram direitos sociais e pararam de investir, numa política chamada de austeridade”, completou.

Ainda sobre desaceleração, Dilma destacou: Tivemos uma redução na transição da crise, mas a indústria alemã, uma das mais competitivas do planeta, está em queda há oito meses”. E concluiu: “”Nós estamos passando por um momento, agora tenho certeza que a economia vai melhorar”.

 

Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias

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