Efeito Lula: de janeiro a agosto, saldo de empregos de mulheres cresce 45,18%

Expansão é bem maior do que a registrada entre os homens, de 10,1%, conforme pesquisa divulgada pelo FGV-IBRE, que reflete o avanço do país rumo à igualdade de gênero no mercado de trabalho

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Dados da pesquisa confirmam o acerto das políticas de igualdade de gênero adotadas pelo governo Lula

A queda contínua do desemprego e o recorde no número de trabalhadores ocupados estão entre as grandes marcas do governo Lula, que agora agrega uma nova conquista, relacionada ao esforço pela igualdade de gênero no mercado de trabalho. Um pesquisa divulgada na segunda-feira (14) pelo FGV-IBRE mostra que, de janeiro a agosto deste ano, o aumento saldo dos empregos com carteira assinada para homens e mulheres contribuiu positivamente para a expansão do saldo total, com vantagem para as trabalhadoras.

O saldo total entre os homens passou de 841.273 em 2023 para 926.290 em 2024, representando um aumento de 10,1%. No entanto, o destaque é o crescimento do saldo para as mulheres, que passou de 551.237 em 2023 para 800.269 em 2024, um aumento significativo de 45,18%.

O saldo de emprego representa a subtração entre o número de pessoas admitidas e as que foram desligadas do mercado de trabalho.

A pesquisa, intitulada “Quais os grupos mais beneficiados com o bom desempenho do mercado de trabalho em 2024?”, foi realizada com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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A pesquisa informa ainda que, no acumulado de janeiro a agosto de 2023, cerca de 60,4% do saldo de empregos criados no Brasil foram ocupados por homens e apenas 39,6% por mulheres. Já no mesmo período deste ano a participação das mulheres no saldo total subiu para 46,4%. Ou seja, ocorreu um incremento de quase 7 pontos percentuais.

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Avanço em todas as faixas etárias

Todas as faixas etárias apontaram crescimento em seus saldos em 2024 na comparação com 2023, com expansão mais forte entre os grupos etários mais avançados. Foi identificada alta de 116,71% na faixa de 40 anos ou mais, de 65.869 em 2023 para 142.747 em 2024.

A faixa de 30 a 39 anos teve crescimento de 60,19%. De 25 a 29 anos o aumento foi de 38,60%.

Por categorias de ocupação

A pesquisa traz ainda análises sobre o acumulado de janeiro a agosto de 2024 para as 10 categorias de ocupação com maior saldo anual desagregado por gênero. “Trabalhadores dos Serviços” continua sendo o grupo ocupacional de maior peso e cresceu 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mas os grupos “Vendedores e prestadores de serviços do comércio” e “Trabalhadores de atendimento ao público” cresceram cerca de 85,5% e 154% respectivamente.

“O saldo entre as mulheres registrou um incremento de 198 mil (ou 38,8%) no acumulado de 2024 quando comparado ao mesmo período de 2023. Observa-se que ocorreu uma forte absorção da mão de obra feminina em pelo menos quatro das dez ocupações”, relatam as pesquisadoras, apontando que nos itens “Vendedores e prestadores de serviços de comércio” e “trabalhadores de atendimento ao público” ocorreu incrementos de 32.507 (270%) e 35.184 (255,1%) vínculos, respectivamente.

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O estudo destaca também que em sete ocupações o incremento de postos feminino foi maior que de postos masculinos.

Há ainda outros dados que mostram a forte presença feminina nos novos postos de trabalho. O índice do saldo de “vendedores e prestadores de serviços do comércio” dobrou, passando de 25,1% para 50,1%. Em “trabalhadores de atendimento ao público”, a participação das mulheres foi de 58,6% para 81,9%. No item “trabalhadores dos serviços” o índice pulou de 54,8% para 61,5%.

Fim dos tempos sombrios

Os resultados da pesquisa se somam às inúmeras ações do governo Lula focadas nas mulheres e contrastam com o sofrido passado recente do país. Em 28 de janeiro de 2021, início do terceiro ano da era Bolsonaro, o jornal Valor publicou “Caged: Mulheres perdem posições de trabalho”. Agora, tudo isso é página virada.

Um dos avanços mais significativos das mulheres no governo Lula foi a sanção da lei que garante a igualdade salarial entre homens e mulheres e aumenta em até dez vezes a multa nos casos em que a mulher receber menos do que o homem fazendo a mesma função. A lei foi assinada em julho de 2023, junto com outras duas, que garante às gestantes e mães de recém-nascidos a continuidade do recebimento do Bolsa Atleta e a que prevê que o assédio a e discriminação passam a ser infrações ao Estatuto da OAB.

Além inauguração de mais Casas da Mulher Brasileira e de Centros de Referência da Mulher Brasileira, o governo federal lançou em março um pacote de políticas para mulheres, com ações que incluem inaugurações de casas da Mulher Brasileira e centros de referência, investimento em tornozeleiras eletrônicas para agressores e programa de inclusão de mulheres jovens no mercado de trabalho. O objetivo, segundo a Presidência, é reforçar o enfrentamento a violências – físicas, morais e políticas – e ampliar ações para promoção da autonomia econômica e da participação das mulheres em espaços de poder.

O governo destinou R$ 10 milhões do orçamento do Ministério das Mulheres para apoiar os estados com a aquisição de tornozeleiras eletrônicas e lançou o Programa Mulheres da Paz também com um repasse de R$ 10 milhões do Ministério das Mulheres e investimentos de R$ 20 milhões do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a formação de lideranças para o enfrentamento à violência de gênero e à misoginia, desenvolvido como parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

O Plano Nacional de Ações do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios também foi lançado em março, assim como o Programa Mulheres Indígenas Tecendo o Bem Viver, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres; o edital de estruturação de secretarias das Mulheres estaduais e distrital, o edital de apoio a projetos de formação política para mulheres; o Acordo de Cooperação Técnica com os Correios para promover campanhas de utilidade pública sobre o enfrentamento à misoginia, voltadas para o público interno e externo da empresa e o Programa Asas pro Futuro com o objetivo de ampliar a participação de jovens mulheres de periferia em setores de tecnologia, energia, infraestrutura, logística, transportes, ciência e inovação, com ênfase em carreiras voltadas para a sustentabilidade socioeconômica.

O governo tem ainda o programa Empodera Mulheres na TI, o Programa Energia Mais Mulher para incentivar o ingresso e alavancar a carreira de mulheres do setor energético; o Elas Exportam, que é um acordo de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) de reserva vagas no setor de exportação e na área de comércio exterior para mulheres; o Elas nas Exatas, que visa incentivar jovens estudantes de escolas públicas a ingressar nas carreiras STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e a Estratégia Elas Empreendem, com foco no microempreendedorismo e ampliação do acesso a crédito, entre outras iniciativas.

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Da Redação, com informações do FGV-IBRE

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