Bancada do PT em São Paulo defende abrir ‘CPI da Tucanagem’

‘CPI da Tucanagem’ prevê apuração profunda das denúncias, paralelamente às investigações em curso do Ministério Público Federal

PT na Alesp

Deputados do Partido dos Trabalhadores na Alesp

A bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tenta implantar uma CPI para investigar as irregularidades nos contratos do Metrô e do Rodoanel durante governos tucanos em São Paulo, reveladas pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa em acordos de leniência com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Por meio da CPI – batizada de CPI da Tucanagem – a bancada petista acredita numa apuração profunda das denúncias, paralelamente às investigações em curso do Ministério Público Federal.

“A CPI é importante para a Assembleia também poder investigar essas irregularidades, essas revelações feitas pelas empresas sobre os contratos das obras no Estado de São Paulo”, diz o líder da bancada do PT na Alesp, deputado Alencar Santana.

De acordo com ele, é preciso “passar a limpo” esses contratos, tamanho a gravidade das denúncias.

“Existem denúncias de corrupção, de ilegalidades, de recebimento de propina. Não dá para não passar a limpo aquilo que aconteceu no Estado de São Paulo e está sendo revelado pelas empresas”, completou.

Para o deputado estadual José Américo, a instalação de uma CPI poderia “investigar e ajudar a punir os culpados”.

“Eu acho importante (a Alesp) investigar. O MPF está investigando, o MP-SP vai ser chamado para investigar também. Mas pelos antecedentes, no Estado de São Paulo, o tribunal de contas e o Ministério Público não foram pródigos até agora para investigar os tucanos. Então uma CPI poderia investigar e ajudar a punir os culpados”, afirmou.

Segundo ele, estima-se que o montante desviado pelos carteis alcançam de 15 a 20 bilhões de reais em 16 anos. “Isso representa uma estimativa de 25 a 30% de cada contrato”, disse Américo.

“Os governos tucanos montaram um esquema de ladroagem no estado, principalmente no Governo Alckmin. E tinham vários operadores, o principal operador do Alckmin é seu cunhado”, completou o deputado.

Delatores da Odebrecht dizem que Alckmin recebeu mais de R$ 10 milhões da empreiteira em caixa dois para as suas campanhas ao Governo do Estado de 2010 e 2014, sendo parte do repasse feito diretamente a seu cunhado Adhemar Cesar Ribeiro, que é irmão da primeira-dama, Lu Alckmin.

“Hoje o Alckmin não aceita a CPI e nunca aceitou CPI de jeito nenhum, porque seria o fim dele. A ladroagem está exposta”, disse Américo.

O deputado estima que só nas obras do Rodoanel o Estado de São Paulo tenha perdido entre 7 e 9 bilhões de reais em virtude da cartelização. O Rodoanel, segundo ele, irá custar de 26 a 30 bilhões de reais, sendo de 25 a 30% de sobrepreço ocasionado pelos carteis.

Os documentos entregues ao CADE apontam, ainda, cartel no Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, que englobava 22 empresas no esquema.

Os carteis operaram entre 2004 e 2015, abarcando os governos dos tucanos Geraldo Alckmin (2004-06), José Serra (2007-2010) e Alberto Goldman (2010), assim como o Governo de Claudio Lembro, do PFL, em 2006.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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