Com Haddad, uso diário de bicicletas cresce 50% em SP

Com ciclofaixas, paulistanos descobriram uma nova alternativa para evitar os congestionamentos

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Prefeito Fernando Haddad circula de bicicleta pelo centro com Alexandre Padilha

O número de paulistanos que usam a bicicleta todos os dias como meio de transporte cresceu 50% no último ano, segundo a pesquisa Mobilidade Urbana, feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).

O número subiu de 174,1 mil para 261 mil, de 2013 para 2014. A criação de novas ciclovias, uma das prioridades da gestão do prefeito Fernando Haddad, foi apontada pelo levantamento como uma das medidas que mais incentivaram o uso da bicicleta como alternativa de transporte.

Desde o início de seu mandato, Haddad entregou 70,6 km de ciclovias. A medida faz parte do projeto do Programa de Metas da prefeitura, que pretende entregar, até o final de 2014, 200 km de ciclovias. Para o final de 2016, estima-se o dobro: 400 km. A pesquisa aponta ainda para 26% da população a melhoria da segurança do ciclista também incentivou a mudança de hábitos.

O gerente de projetos do Centro de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas, Rene Fernandes, avaliou que as ciclovias representam uma recuperação histórica. “São Paulo sempre foi uma cidade atrasada em relação a capitais do mesmo porte, como Londres, Madri e Nova Iorque. Nunca foi dada visibilidade para alternativas de transporte”, explicou.

Para Rene, a substituição dos meios de transporte simboliza ainda uma transformação do indivíduo. Ele conta que em seu trajeto diário, de 10 km, passou a se identificar mais com a realidade da cidade de São Paulo. “Você passa a viver mais o ambiente urbano e passa a ver mais civilidade pelas ruas. Eu, por exemplo, consigo enxergar melhor as condições dos moradores de rua e as dificuldades que eles enfrentam”, contou.

O funcionário público Fernando Nery foi um dos paulistanos que trocou o metrô pela bicicleta para ir ao trabalho. Antes das ciclovias, ele usava a “magrela” apenas nos dias de folga, hoje usa o transporte alternativo para se deslocar pelos 7 km entre sua casa, na Rua Vergueiro, e o trabalho, no centro da cidade. “Fiz a experiência, gostei e adotei a bicicleta por duas vezes por semana. Meu tempo de deslocamento é igual ao do metrô, e vale a pena o exercício”, afirmou Nery.

Segurança – No início de setembro, um grupo de guarda civis metropolitanos passou a atuar nas ciclovias da cidade. Inicialmente, 18 agentes realizam rondas, divididos em duas equipes de nove guardas por dia. A prefeitura também está treinando e capacitando 1.200 guardas para dar segurança aos usuários nas ciclovias e, em uma segunda etapa, colaborar com a fiscalização de trânsito nas vias segregadas.

Pesquisa – A Pesquisa Mobilidade Urbana 2014 foi realizada pelo Ibope e ouviu 700 pessoas entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro deste ano. No levantamento de 2013, também feito pelo Ibope, foram ouvidas 805 pessoas entre dos dias 20 e 27 de agosto. Além de aprovação de 88% da população na implementação de ciclovias, a pesquisa também apontou que 90% apoia a criação de faixas exclusivas para ônibus.

Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias

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