Combate à fome é prioridade, por Zeca Dirceu

Um país que é um dos maiores exportadores de grãos do planeta não pode ter 33 milhões de pessoas  passando fome. Agronegócio e agricultura familiar podem minimizar este flagelo, escreve Dirceu

Gustavo Bezerra

Deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR). Foto: Gustavo Bezerra

Assim como a agricultura familiar, o agronegócio pode contribuir de forma significativa no combate à fome no país. O tema é tabu, tendo em vista que o agronegócio, nos últimos anos, tem-se voltado sobretudo a exportações de grãos e proteínas animais para mercados externos. Agora, com a prioridade do governo Lula de alimentar o povo brasileiro e acabar com o flagelo da fome, é hora de união de todos para enfrentar este imenso desafio.

O agronegócio é pujante e fundamental para a economia brasileira, mas um país que é um dos maiores exportadores de grãos do planeta não pode ter 33 milhões de pessoas  passando fome.

Para isso, torna-se necessário um novo arcabouço institucional em que políticas públicas permitam que o agronegócio tenha, além do seu papel relevante nas exportações, uma atuação igualmente importante na produção de alimentos destinados ao mercado interno, condição essencial para o combate à fome no país. É preciso unir as cooperativas e as agroindústrias com a agricultura familiar no programa nacional de combate à fome.

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O setor tem a garantia do governo Lula: previsibilidade, segurança jurídica e apoio aos produtores, incluindo créditos e tecnologias. A estratégia central é continuar apoiando o grande, médio e pequeno produtor e, é claro, com uma atenção especial à agricultura familiar. É possível conciliar a atuação de segmentos do setor, todos imprescindíveis para a economia brasileira.

É fundamental a diversificação da produção, por meio de maior apoio à pequena agroindústria e intensificação de políticas públicas de incentivos às famílias de pequenos produtores. O combate à fome, como o presidente Lula já disse, passa pelo fortalecimento da agricultura familiar, do reforço de estoques públicos de comida e a justa distribuição deste alimento às famílias vulneráveis no país.

Nesse cenário, inserem-se como ações estratégicas a retomada de programas como o Fome Zero e o Compra Direta e a ampliação dos recursos do Pronaf para atender, preferencialmente, a produção de arroz, feijão, mandioca, trigo, hortigranjeiros e pequenos animais. Esses alimentos são fundamentais para a cesta básica das famílias em situação de risco ou em vulnerabilidade.

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É pujante a agricultura familiar, que deve ser estimulada depois do descaso do governo que passou. Do mesmo modo, o agronegócio. As commodities do agro são muito importantes para a economia brasileira, para o equilíbrio da nossa balança comercial, gerando milhares de empregos no campo e na cidade, que podem ser ampliados significativamente com maior processamento de grãos no país, antes da exportação.

Nessa nova fase da vida do país, é preciso diálogo e construção de entendimentos. A decisão do presidente Lula de nomear Carlos Fávaro para comandar a Pasta da Agricultura foi acertada. Paranaense de Bela Vista do Paraíso, Paraná, e senador por Mato Grosso, ele é um nome capaz de abrir caminho para o diálogo entre todos os atores do mundo do agronegócio e da produção de alimentos do cotidiano dos brasileiros.

É hora tanto de ampliar possibilidades de emprego e renda, com mais exportações e aumento da produtividade, sem agressões ao meio ambiente, como também de expandir  a produção de alimentos para o povo brasileiro. Mãos à obra.

Zeca Dirceu é líder do PT na Câmara. Publicado originalmente na Focus Brasil

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