Damous defende impeachment contra Dodge por “desvio de conduta”

Deputado discursou em plenário sobre declaração de Galloro relativa a ações de membros do MP e do Judiciário para descumprir ordem de soltura de Lula

Gustavo Bezerra

Deputado Wadih Damous em discurso no plenário

O deputado Wadih Damous (PT-RJ), em discurso no plenário nesta terça-feira (14), afirmou que as “estarrecedoras” declarações do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro – sobre a ação de membros do Ministério Público e do Judiciário para descumprimento de ordem judicial que mandava libertar Lula – ensejam, se confirmadas, processo disciplinar contra o desembargador Thompson Flores, do TRF-4, e processo de impeachment contra a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. “Trata-se de gravíssimo desvio de conduta”, definiu o deputado.

Damous fez referência na tribuna ao conteúdo da entrevista de Galloro ao jornal Estado de S.Paulo, no último fim de semana, em que ele deu detalhes da operação que procurou abafar o habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto, também do TRF-4, para libertação de Lula, no dia 8 de julho. “A partir dali se desencadeou uma série de episódios estarrecedores que mostram quão corrompido está o sistema de justiça brasileiro”, lembrou o deputado.

Segundo o diretor-geral da PF, o delegado de plantão naquele fim de semana recebeu telefonemas não só do juiz Sérgio Moro ordenando o descumprimento da decisão, mas da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Thompson Flores, no sentido de demovê-lo a obedecer a ordem judicial.

“Essa é a anarquia completa instalada no sistema de justiça, é a molecagem alçada à condição de ato de Estado. Nós não podemos ficar de braços cruzados. Não se trata aqui de ato de ofício, de ato inerente ao exercício jurisdicional ou ao exercício do Ministério Público. Temos que convocar essas autoridades aqui para averiguar se, de fato, aconteceu esse desvio de conduta”, reivindicou Damous.

Diante da incongruência e da arbitrariedade das ações cometidas, o parlamentar questionou: “Será que a procuradora vive monitorando plantões para saber se o juiz de plantão vai conceder ou não habeas corpus? Isso apenas prova que o presidente Lula, preso ilegalmente, é um preso político”.

Por PT na Câmara

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