Desde 89, oposição ao PT investe no submundo das fake news

Lula e o Partido dos Trabalhadores são os principais alvos das mentiras e boatos desde as Eleições de 1989, e em alguns casos com a conivência da imprensa

Ricardo Stuckert

Tragicamente virou uma tradição, no Brasil, que pessoas que prezam pela desinformação da população façam da mentira e do fake news seus instrumentos políticos. Na disputa eleitoral, Lula e o PT sempre foram os alvo prediletos desse grupo, há pelo menos 30 anos. O cenário é ainda pior, uma vez que a imprensa já embarcou diversas vezes no jogo das mentiras e colaborou diretamente para prejudicar a imagem do partido e do ex-presidente.

Nem mesmo os meios jurídicos – só o PT e Lula acionaram diversas vezes a Justiça para pedir reparações – conseguem arrumar o estrago que uma notícia falsa faz depois de disseminada e, algumas vezes, imputadas no imaginário de alguns.

Com as redes sociais essa prática aumentou consideravelmente e hoje constitui a principal máquina de propagar inverdades. Nota-se um volume homérico de fake news no pleito deste ano e a grande maioria sempre associando inverdades a Haddad, Lula, Manu e ao PT. Muitas vezes as digitais da militância de Jair Bolsonaro pode ser encontrada sem dificuldades.

Nos idos de 1989…

Em 1989, durante a disputa do segundo turno das Eleições, entre Collor e Lula, o sequestro do empresário Abilio Diniz foi usado para prejudicar o ex-presidente e o PT. Após a libertação de Diniz, que ocorreu na véspera da votação, camisetas do partido e material de campanha de Lula teoricamente teriam sido encontrados em imóveis alugados pelo grupo de criminosos.

Mais tarde, por sua vez, com Fernando Collor já na Presidência, as investigações comprovaram que nenhum militante do PT estivera envolvido no sequestro. Publicada anos depois, a obra ‘Notícias do Planalto’, do jornalista Mário Sérgio Conti, revelou que os sequestradores disseram em juízo que os policiais civis os torturaram e antes de os apresentarem à imprensa, os forçaram a vestir camisetas do PT.

…E a fake news de 30 anos é reeditada em 2018

Em 1989 o presidente da Fiesp, Mário Amato dizia que 800 mil empresários fugiriam do país se Lula ganhasse. Agora, em 2018, um boato que circula na Internet afirma que empresas instaladas no Brasil poderiam demitir 1 milhão de pessoas caso a esquerda vença as eleições.

Mentiras em período eleitoral

 

Outra mentira que percorreu as redes sociais foi a de que Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente, era o sócio majoritário da JBS, grupo dono da marca de carnes Friboi. A fake news tinha como objetivo prejudicar a presidenta legítima, Dilma Rousseff, que disputava sua reeleição em 2014. O boato se espalhou com rapidez, o que levou a empresa a soltar um comunicado negando o fato.

Também disseminada na véspera da disputa eleitoral entre Dilma e Aécio Neves, a falsa notícia de que o doleiro Alberto Yousseff havia sido morto por envenenamento foi espalhada pela internet. O texto compartilhado pelo aplicativo Whatsapp atribuía o suposto crime ao PT e tinha a clara intenção de prejudicar o partido e a presidenta.

“Kit Gay” e Bolsonaro

A propagação de mentiras contra Lula, PT e Dilma também chegou a Fernando Haddad e Manuela. Com uma campanha eleitoral baseada em fake news disseminadas pelo Whatsapp, Bolsonaro tenta mais uma vez espalhar o factoide do chamado ‘kit gay’. A falsa  história do material didático começou em 2004, quando foi lançado o programa Brasil sem Homofobia, para combater a violência contra a população LGBTI+.

O material foi parte de um programa que era composto por vídeos, boletins e um caderno informativo destinados, exclusivamente, aos professores e professoras. O objetivo era ajudar os docentes no diálogo com crianças e adolescentes, a partir de 11 anos de idade, sobre o respeito às diversidades. Com a polêmica, o material sequer foi distribuído e não chegou a nenhum professor.

Agora, o candidato do PSL tenta disseminar a fake news mais uma vez. Na série de entrevistas do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência, Bolsonaro levou um livro ao qual atribuiu fazer parte do material contra homofobia, o que foi comprovado ser uma fake news do deputado. Ele literalmente deixou as redes sociais e promoveu uma fake news em rede nacional. A conferir…

Da Redação da Agência PT de Notícias

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