Desgoverno Bolsonaro agravará crise econômica em 2021, alertam analistas

Especialistas reunidos virtualmente no fórum “E agora Brasil?” traçaram um cenário sombrio para o país a partir de avaliações sobre a atuação negacionista do governo na pandemia, informa o ‘Valor’ nesta sexta-feira (11). Economista Monica de Bolle prevê o país à beira de uma convulsão social com o fim do auxílio emergencial e a volta do Teto de Gastos a partir de janeiro de 2021. “Fica difícil imaginar que não ocorra algo assim”, observa

O mais novo desastre produzido pelo desgoverno Bolsonaro, agora, no processo de aquisição de vacinas contra a Covid-19, trará consequências trágicas para a saúde pública e para a economia em 2021, apontam analistas.  De acordo com informações do jornal ‘Valor’, publicadas nesta sexta-feira (11),  especialistas reunidos virtualmente no fórum “E agora Brasil?” traçaram um cenário sombrio para o país a partir de avaliações sobre a atuação negacionista do governo durante a pandemia.

Para a economista e pesquisadora senior do Peterson Institute For International Economics, Monica de Bolle, a recuperação econômica estará ameaçada por uma intensificação da pandemia e por um atraso nas imunizações. Além disso, o governo não apresentou uma proposta sobre o que fazer com a população que deixará de receber o auxílio emergencial a partir de janeiro, o que deverá agravar o quadro de crise. Ela também alerta para o perigo do fim do decreto que determinou estado de calamidade no país, que permitiu recursos de emergência para o enfrentamento da pandemia.

“Sem o decreto, passa a valer o teto de gastos, uma regra que vai restringir especialmente os recursos da saúde e da assistência social”, advertiu Monica de Bolle. Ela prevê que o país estará à beira de uma convulsão social no início de 2021 em razão do abandono da população mais vulnerável à própria sorte. “Fica difícil imaginar que não ocorra algo assim”, observou.

Para a pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Margareth Dalcomo o governo federal perde muito tempo na corrida por uma vacinação em massa, considerada decisiva para que o país retome as atividades com alguma segurança. Ela reagiu à afirmação do ministro da Saúde Eduardo Pazuello de que uma vacina leva até 60 dias para ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“A agência tem qualificação e capacidade para aprovar a vacina em fast track (via rápida)”, rebateu Dacolmo. A falta de um plano de coordenação nacional, aliada ao atraso na aquisição das vacinas, afetará decisivamente ritmo da imunização em massa, avalia a pesquisadora.

O perigo das festas de fim de ano

O oncologista Dráuzio Varella tembém demonstrou preocupação com uma nova onda de casos de Covid-19 e mortes causadas pela doença, decorrentes das festas de fim de ano. Tanto Dacolmo quanto Varella consideram que a população não entendeu a gravidade do surto. “O que vai provocar a segunda onda no Brasil são as festas de Natal e Ano Novo. Teremos o janeiro mais triste da nossa história”, lamentou Dacolmo.

Varella insistiu na importância do distanciamento social e do uso de máscara e criticou o Ministério da Saúde por não apresentar um plano definido, junto a estados e municípios.  “Não pode cada Estado fazer de uma forma”, disse.

Da Redação, com informações do ‘Valor’

 

 

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