Dilma Rousseff: Um pretenso rei irremediavelmente nu

Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, “no pior momento possível, o Brasil tem um presidente sem coragem de assumir seu papel”.

Roberto Stuckert

Dilma: "O Brasil não aguenta mais tanta incompetência, tanta irresponsabilidade, tanto desleixo e descaso com a vida humana e com o sofrimento do povo. Está mais que passada a hora de tomar uma atitude. Hora de dizer um basta a este governo de cínicos e autoritários"

Na fala em que anunciou a troca do ministro da Saúde, Bolsonaro deixou claro que é um omisso contumaz. Eximiu-se mais uma vez de sua responsabilidade como chefe de governo. Avisou que não pretende manter pelo tempo necessário as transferências de recursos para preservar a vida e a subsistência da população. Se recusa a transferir recursos para Estados e Municípios. Os mais vulneráveis, cerca de mais de 100 milhões de brasileiros, aqueles que estão perdendo seus trabalhos e aqueles condenados à informalidade, serão abandonados à própria sorte.

Entrega, assim, a população do País ao Covid-19 ao propor a flexibilização do isolamento e se omitir diante da perda de salário e de renda das famílias brasileiras. Alega que esse País não tem dinheiro suficiente para bancar tais gastos necessários para garantir a sobrevivência e a subsistência de milhões, mas gasta bilhões resgatando uns poucos bancos. Finge ignorar que os governos dos demais países do mundo se endividam para salvar vidas. Como dizem, é agora a hora de fazer o impensável em tempos normais. A conclusão de Bolsonaro é extremamente perversa: afirma que os trabalhadores devem sair de casa para buscar seu sustento e, por isso, joga milhões de trabalhadores brasileiros ao encontro do vírus e da doença.

Bolsonaro não se considera responsável por seu governo. Sua omissão na crise do Covid-19 tem sido sistemática. Para ele, a culpa é sempre dos outros: dos governadores e dos prefeitos, que tomam medidas para proteger a população; e das demais instituições, Congresso e STF. No pior momento possível, o Brasil tem um presidente sem coragem de assumir seu papel. Seus argumentos são frágeis e é visível que esse pretenso rei está irremediavelmente nu. Será julgado pela história, por sua pusilanimidade, e no futuro pela humanidade, diante das mortes que sua criminosa omissão vier a provocar.

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