Efeito Bolsonaro: brasileiros perdem 2 anos de expectativa de vida
Estudo da Universidade de Harvard estima que, devido ao imenso número de mortes por Covid-19, a expectativa de vida dos brasileiros caiu de 76,7 para 74,8 anos
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A gestão catastrófica da pandemia por Jair Bolsonaro colocou o país no segundo lugar do ranking de mortes por Covid-19 e fez com que os brasileiros perdessem quase dois anos de expectativa de vida. A estimativa é de um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, no início de 2020, esperava-se que uma pessoa nascida no Brasil vivesse por 76,74 anos, em média. A pandemia fez com que essa expectativa de vida caísse para 74,80 anos, o mesmo patamar de 2013. Ou seja, o país regrediu sete anos no tempo de vida de sua população.
Outra constatação é a de que, ao atingir 65 anos, um brasileiro pode esperar menos tempo de vida pela frente. Antes da Covid-19, uma pessoa que chegasse a essa idade, contava, em média, com mais 19 anos. Agora, esse tempo foi reduzido para 17,4 anos. Aqui, a regressão foi ainda maior, representando uma volta ao patamar de 2009.
Mais grave que nos EUA
Também segundo os autores, a redução da expectativa de vida dos brasileiros é mais alta que a observada nos Estados Unidos, único país que registrou mais mortes por Covid-19 que o Brasil. Lá, a redução na expectativa de vida foi de 1,3 ano.
O estudo (que pode ser acessado aqui, em inglês) foi liderado pela professora de demografia de Harvard Márcia Castro, autora de outra pesquisa que apontou a falta de uma coordenação nacional como a principal razão de o Brasil ter tantas mortes por Covid-19.
Diferenças por sexo e estado
O levantamento revela ainda que os homens perderam mais tempo de vida que as mulheres. Enquanto a expectativa de vida de um brasileiro do sexo masculino foi reduzida em 1,98 ano, a de uma brasileira caiu 1,82 ano.
Algo semelhante acontece entre aqueles que têm 65 anos. A partir dessa idade, um homem pode esperar viver mais 15,61 anos (1,64 ano menos que antes da pandemia). Já uma mulher viverá, em média, mais 19,06 anos (1,46 ano menos que antes da pandemia).
Há diferenças também por estado. A redução da expectativa de vida foi maior no Distrito Federal (4,34 anos a menos), Amapá (4,07 anos) e Amazonas (3,85 anos). Já os estados com menor redução foram Bahia (1,68 ano a menos), Minas Gerais (1,75 ano) e Piauí (1,76 ano).
Da Redação