Imprensa internacional repercute autoexílio de Wyllys após ameaças

O jornal britânico The Guardian apontou que “a homofobia deve aumentar ainda mais sob o governo do presidente Jair Bolsonaro” por sua “homofobia evidente”

A imprensa internacional repercutiu o autoexílio do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que anunciou que vai abrir mão do seu terceiro mandado na Câmara dos Deputados, por conta de ameaças de morte. O The New York Times, que lembrou que o parlamentar sempre teve atritos com Jair Bolsonaro (PSL), publicou uma matéria com o título: ‘Assumidamente gay, congressista deixa mandato em meio à ameaças de morte’.

O jornal estadunidense destacou ainda a fala de Wyllys, que revelou que as ameaças aumentaram após o assassinato da vereadora Marielle Franco, sua companheira de PSOL. A publicação lembrou também que passados 10 meses o crime ainda não foi solucionado. Outro jornal de grande circulação que repercutiu a decisão do deputado federal, foi o britânico The Guardian, que também lembrou da execução da vereadora do Rio de Janeiro e amizade entre ela e Wyllys.

A publicação apontou também que o autoexílio do deputado deve aumentar o temor entre a comunidade LGBT no Brasil e que “a homofobia deve aumentar ainda mais sob o governo do presidente Jair Bolsonaro, que ganhou notoriedade por sua homofobia evidente”. O The Guardian ainda destacou os tuítes de Jair e Carlos Bolsonaro, que ironizaram e comemoraram a decisão de Wyllys.

Também do Reino Unido, a BBC News apontou que o deputado do PSOL revelou que se sentia impotente diante dos ataques homofóbicos que sofria, enquanto que sua reputação era “destruída por mentiras”. O jornal lembrou ainda que Bolsonaro fez discursos racistas e homofóbicos e de que Flávio Bolsonaro empregou familiares do miliciano suspeito da morte de Marielle.

A versão em inglês do site da Telesur noticiou a decisão de Wyllys e reproduziu a fala do deputado na entrevista que concedeu a Folha de S.Paulo.  “Tenho pavor de saber que o filho do presidente contratou a esposa e mãe do sicário em seu escritório. O presidente que sempre me caluniou, que sempre me insultou abertamente, que sempre usou a homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim “, afirmou.

O jornal O Público de Portugal fez uma matéria sobre o autoexílio do deputado do PSOL. A publicação, que lembrou que a “família Bolsonaro festejou nas redes sociais a demissão e exílio do deputado brasileiro”, destacou que Wyllys tem sido alvo  de sucessivas campanhas de difamação de fake news. O jornal europeu também destacou que o deputado será substituído na Câmara por seu correligionário David Miranda.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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