Jean Paul e Paulo Rocha: Decisão do STF deixa Petrobrás vulnerável

Senadores apresentam projeto para tornar obrigatória autorização do Legislativo para venda de ativos de empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias

Os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA) apresentaram um projeto de lei tornando obrigatória a autorização do Legislativo para a venda de ativos de empresas públicas, sociedades de economia mista ou de suas subsidiárias ou controladas, quando a operação resultar em perda de controle acionário por parte do Estado.

“Essa é a forma de o Congresso Nacional preservar suas competências em matérias de interesse público e com forte impacto sobre o bem-estar da população, deliberando sobre eventuais propostas de privatizações em setores estratégicos para a população”, explica o senador Jean Paul.

O projeto foi protocolado nesta sexta-feira (7), um dia após o Supremo Tribunal Federal derrubar uma liminar e dispensar a obrigatoriedade de lei específica e licitação para a venda de subsidiárias de empresas estatais.

Na quinta-feira (6), o Plenário do STF rejeitou em parte a liminar que havia sido concedida no ano passado pelo ministro Ricardo Lewandowski, proibido o governo de vender estatais sem autorização do Congresso.

Petrobras vulnerável

A decisão do STF afeta especialmente a Petrobras, que tem 36 subsidiárias, por meio das quais atua nos ramos de transporte de óleo, gás e derivados, refino, e distribuição, por exemplo.

A retirada da Petrobras dessas atividades confinaria a atuação da empresa na área de extração e produção, justamente as mais suscetíveis às oscilações do mercado internacional.

“Quando esse setor da Petrobras perde receita em função da variação cambial, as demais operações da empresa preservam a capacidade de geração de caixa”, pondera Jean Paul Prates.

Preços mais justos

Atualmente, a Petrobras refina o petróleo que ela própria produz a custos competitivos. Assim, a empresa é capaz de vender combustíveis a preços abaixo da paridade de importação e seguir obtendo lucro.

Preservar essa multiplicidade de áreas de atuação é o que permitiria a Petrobras praticar uma política de preços mais afinada ao interesse da população — como ocorreu durante os governos petistas.

Freio à sanha privatista

A defesa da soberania e do patrimônio público obteve, porém, uma relevante vitória na quinta-feira, com a manifestação do STF pacificando que é obrigatório o aval do Congresso Nacional para que o governo federal possa vender as matrizes das empresas públicas ou de economia mista ou transferir seu controle acionário.

A decisão, expressa pela maioria do Plenário da Corte, freia a sanha privatista de Bolsonaro e Paulo Guedes ao assegurar que empresas como os Correios, a Petrobras, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil só possam ser privatizadas após a aprovação de uma lei específica pelo Legislativo.

Por PT no Senado

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