Lula defende que política externa deve ser “altiva e ativa”

Durante lançamento do livro “O Brasil no mundo – 8 anos de Governo Lula”, nesta segunda (22), ex-presidente afirmou que o país vai recuperar seu prestígio internacional

Foto: Cláudio Kabene

Fernando Haddad, Lula, Ricardo Stuckert e Celso Amorim, no lançamento do livro "O Brasil no mundo" (Foto: Cláudio Kbene)

O lançamento do livro “O Brasil no mundo – 8 anos de Governo Lula”, na noite desta segunda-feira (22/08), no Memorial da América Latina em São Paulo, reuniu ex-ministros, representantes de partidos políticos, personalidades de diferentes áreas e lideranças de movimentos sindicais e sociais, no que foi um evento de memória e reconhecimento das muitas ações do governo Lula, quando as relações internacionais se davam a partir de uma postura ativa e altiva do Brasil.

Em discurso de encerramento do evento, Lula lembrou esse Brasil que tratava a todos de forma igual, sem falar grosso com os países menores, nem fino com os maiores, e com foco em trocas bilaterais que fossem boas para todos, com atenção especial aos vizinhos da América Latina e aos irmãos dos países africanos. O ex-presidente afirmou que a política externa brasileira voltará a ser guiada por esses princípios e o Brasil recuperará seu prestígio internacional.

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“Quero dizer que não existe política externa ativa e altiva se não tiver um governo ativo e altivo. O Itamaraty tem muita gente conservadora, também tem gente de direita, mas o Itamaraty não decide as políticas que serão colocadas em prática. Quem define é o governo. E é através dessas políticas que o Itamaraty pode agir mais ou pode agir menos. Se tem governo que não dá orientação é muito mais fácil ficar na embaixada tomando drinque.”

O ex-presidente lembrou o papel decisivo do Brasil em diferentes momentos internacionais, agradeceu os ex-ministros, fez homenagem especial ao chanceler Celso Amorim, figura central na política externa, e fez referência a outros nomes relevantes em seus governos, como Marco Aurélio Garcia e Paulo César de Oliveira Campos, o POC.

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Lula agradeceu, especialmente, ao fotógrafo Ricardo Stuckert, organizador do livro e autor das quase 800 imagens que registram o protagonismo do Brasil nos oito anos de governo Lula, em encontro com lideranças e povos de todo o mundo.  Stuckert, que segue acompanhando o ex-presidente desde a saída do governo, fez um depoimento emocionado ressaltando principalmente o aspecto humano de Lula.

Ex-ministros presentes deram depoimentos no palco. Celso Amorim, que já era um embaixador respeitado em todo o mundo, quando virou ministro de Lula, disse que aquele foi o primeiro governo que a determinação era de fazer a política externa ativa e altiva, sem se render aos interesses de ninguém.

“O Brasil fez coisas boas em outros momentos, mas tinha uma certa timidez. Com a eleição de Lula, o povo brasileiro foi eleito, tinha autoestima, e isso nos permitia levar uma política externa adiante, sem medo de ser ativo, sem medo de ser altivo. Podíamos recusar agenda que não era do nosso interesse e, ao mesmo tempo, ter capacidade de nos reunir com latino-americanos e africanos. Era uma política desassombrada, sem medo da própria sombra.”

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O ex-ministro Fernando Haddad lembrou legados estruturais do ex-presidente, como ter mudado definitivamente o destino do Nordeste e a educação no Brasil e disse também que Lula tocou todos os quadrantes do planeta, com intenção não só de patrocinar intercâmbio comercial, mas fazer uma exposição da alma e da cultura do Brasil e um integração soberana no mundo. “O presidente Lula sempre teve uma postura que me chamou muita atenção. Ele nem baixava a cabeça nem empinava o nariz”.

A ex-ministra Matilde Ribeiro destacou o olhar para os países africanos e disse que essa relação foi importante também para as políticas afirmativas no Brasil. Matilde mencionou também a Unilab, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira, criada pelo governo Lula, onde ela hoje é professora.

Do site lula.com.br

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