Lula visita Transnordestina e dá início a obra de ramal da transposição do S. Francisco

Ferrovia com 1,2 mil km de extensão vai ligar o sertão do Piauí ao Porto de Pecém, no Ceará. Ramal do Salgado beneficia cerca de 5 milhões de pessoas em 54 municípios

Ricardo Stuckert

Lula, na Transnordestina: recursos garantidos para a finalização da ferrovia

O presidente Lula visitou, nesta sexta-feira (5), em Iguatu (CE), duas obras conectadas à melhoria da infraestrutura, da segurança hídrica e da logística para escoamento da produção brasileira: da Ferrovia Transnordestina e do Ramal do Salgado, ligado à transposição do Rio São Francisco e que teve Ordem de Serviço assinada durante o evento.

Estratégica para o transporte de grãos, minérios, fertilizantes e combustíveis, a Ferrovia Transnordestina, com 1.206 quilômetros, ligará, quando concluída, o sertão do Piauí, a partir da cidade de Eliseu Martins, ao porto de Pecém (CE), e segue com obras aceleradas.

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Durante o evento, Lula destacou que as duas obras são altamente estratégicas para o país e assumiu o compromisso de concluir a Transnordestina. “O compromisso da empresa é que a gente possa terminar isso ou até o final de 2026, ou até o primeiro trimestre de 2027. E eu quero dizer para vocês que, se depender do governo, a gente vai terminar, porque o governo vai cumprir todos os acordos firmados e não vai permitir a falta dos recursos necessários para que a gente possa terminar essa ferrovia”, afirmou.

“Essa ferrovia é importante não só porque ela gera empregos, não só porque ela barateia o transporte, não só porque ela facilita a vida de dois estados e de milhões de pessoas. Ela é importante porque o Brasil se transformou num país rodoviário, e um país para ser mais produtivo, um país para ser mais leal ao seu povo, ele não pode abandonar a ferrovia para fazer rodovia”, pontuou.

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Segundo ele, “o país precisa ter rodovia de qualidade, tem que ter ferrovia de qualidade, tem que ter hidrovia de qualidade, porque nós precisamos ter um sistema intermodal de transporte para utilizar todo o potencial para transportar gente, para transportar carga e para baratear as coisas para o nosso povo”.

Lula participou da cerimônia ao lado da esposa, Janja Lula da Silva, dos ministros Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Rui Costa (Casa Civil), Camilo Santana (Educação) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), do governador do Ceará, Elmano de Freitas, do prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor, entre outros.

Ramal do Salgado

O Ramal do Salgado, obra de 36 km ligada à transposição do Rio São Francisco, vai conectar Cachoeira dos Índios, na Paraíba, a Lavras de Mangabeira, no Ceará, onde deságua no Rio Salgado.

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Além de conectar regiões historicamente carentes de recursos hídricos, o Ramal do Salgado traz uma série de benefícios para os habitantes dessas áreas. Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas em 54 municípios sejam diretamente beneficiadas com a segurança hídrica proporcionada. O alívio é de extrema importância em uma região frequentemente atingida por períodos de seca.

Ao reduzir o percurso em cerca de 100 km em comparação com a derivação em Jati, a adução da água ao açude Castanhão vai trazer rapidez e eficiência da transferência de vazões. Isso beneficia a Região Metropolitana de Fortaleza, maior centro urbano a ser atendido pelo Projeto da Transposição, e permite o abastecimento de cidades de médio porte, como Lavras da Mangabeira, Aurora, Cedro e Icó.

Durante o evento, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que as obras fazem parte do Novo PAC, o maior programa de infraestrutura do Brasil e que tem investimentos previstos de R$ 1,7 trilhão. Segundo ele, a conclusão da Transnordestina “será a maior obra de infraestrutura ferroviária do país”.

Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou a importância desses investimentos para a geração de empregos, “porque é disso que as pessoas precisam”.

Ferrovia

A Ferrovia Transnordestina tem obras mais intensas nesse instante no trecho entre Acopiara e Quixeramobim, no Ceará. Estão sendo feitas obras de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem, para, posteriormente, iniciar os trabalhos de superestrutura, de instalação de trilhos e dormentes.

O avanço da obra nesta região deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho. Atualmente são 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local. Em 2025, o número pode saltar para 23.200 empregos. Em 2023 foram investidos cerca de R$269 milhões nas obras, que hoje contam com uma evolução de 61% de avanço físico.

De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.

A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo. Um dos projetos prioritários do Novo PAC, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no PAC. Ele havia sido retirado do contrato na gestão anterior.

Terminais

A Transnordestina prevê atuar com três terminais de carga no Ceará. Eles atenderão não apenas os grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores cearenses.

Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela Transnordestina Logística S/A (TLSA), empresa privada do Grupo CSN, responsável pela construção e operação da Ferrovia Transnordestina.

Significado

A Transnordestina é considerada estratégica para a logística do Nordeste e do país. Ela representará um novo marco no escoamento de produtos da região do Matopiba, formada pelo estado do Tocantins e partes de Maranhão, Piauí e Bahia. Vai reduzir o custo logístico e tornar os produtos brasileiros ainda mais competitivos no mercado mundial.

Da Redação

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