Miliciano morto era ligado a Jair e Flávio Bolsonaro; entenda relação

Adriano Nóbrega é apontado como chefe da organização criminosa ‘Escritório do Crime’. Advogado fala em “queima de arquivo”. Folha diz que Moro sabia de operação na BA

Reprodução

O país todo sabe que a família Bolsonaro tem ligações com as milícias do Rio de Janeiro. O ‘intocável’ Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, confirmou que o clã tinha conhecimento de que a esposa do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega também era funcionária no gabinete do Legislativo fluminense. O ex-policial, morto em operação na Bahia na manhã deste domingo (9), foi homenageado pelo filho ’01’ de Jair Bolsonaro, em 2005, enquanto estava preso preventivamente pelo homicídio de um guardador de carros. Segundo o advogado de Adriano, Paulo Emilio Catta Preta, o seu cliente disse que temia ser morto como “queima de arquivo”.

A estreita relação de Adriano, que é apontado como o chefe da organização criminosa ‘Escritório do Crime’, com Jair e Flávio Bolsonaro não para por aí. Entenda abaixo a ligação do suspeito morto com a família Bolsonaro:

Defendido por Jair e homenageado por Flávio

 

Ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega é apontado como o chefe de uma das milícias mais antigas do estado, responsável por diversos assassinatos. Ele já foi preso e solto três vezes. Em 2014, foi expulso da PM por ter ligações com bicheiros. Durante uma das prisões em 2005, por iniciativa do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, o miliciano recebeu a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. No mesmo ano, Jair Bolsonaro fez um discurso na Câmara dos Deputados, quando ainda era deputado federal, defendendo Adriano.

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Publicado por Paulo Pimenta em Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Miliciano era investigado por ‘rachadinha’ de Flávio Bolsonaro

 

O filho mais velho de Jair Bolsonaro empregou, até novembro 2018, um mês após ser eleito senador, a mãe e a esposa de Adriano. Na época, cada uma tinha um salário de R$ 6.490,35. Segundo a Folha de S. Paulo, a mãe do miliciano, Raimunda, repassou dinheiro para Queiroz. O amigo de Jair Bolsonaro recebeu R$ 92 mil em 18 depósitos feitos em uma agência próxima a um restaurante de Raimunda e na mesma rua onde seu filho também tinha negócio. Segundo o Ministério Público, contas controladas por Nóbrega abasteciam Queiroz, no esquema conhecido como ‘rachadinha’, em que Flávio ficava com parte dos salários dos funcionários da Alerj.

Queiroz e depósito para Michelle Bolsonaro

 

Queiroz e Adriano trabalharam juntos no 18º Batalhão da PM. Foi por meio de Queiroz que familiares de Adriano foram contratados como assessores no gabinete de Flávio.  O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou que o ex-assessor de Flávio recebeu R$ 2 milhões de reais de forma fracionada, de 13 funcionários do gabinete de na Alerj. O Ministério Publico, inclusive, descobriu que Queiroz depositou R$ 24 mil na conta de Michelle Bolsonaro, esposa de Jair.

Polícia informou Sérgio Moro sobre operação na BA

 

A Folha informou, nesta segunda-feira (10), que a operação que matou Adriano teve conhecimento prévio do Ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro. O ex-juiz, inclusive, deixou o miliciano fora da lista que divulgou, no dia 31 de janeiro, sobre os criminosos mais procurados do Brasil. Questionado sobre a ausência, o ministério que comanda  Polícia Federal disse que as as acusações contra Adriano “não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha Carta Capital

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