Mulheres do PT do campo, das florestas e das águas se preparam para 2024

Atividade promovida pela Secretaria Nacional de Mulheres do partido debateu aumento da presença feminina nos espaços de poder desses territórios, com especial atenção para as eleições do próximo ano

Karol Ferreira

Encontro reforçou a importância de se elegerem mulheres do campo, das florestas e das águas

As mulheres petistas do campo, das florestas e das águas de todo o Brasil estiveram reunidas durante atividade promovida pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT nesta terça-feira (15), dentro da programação da Marcha das Margaridas. A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, fez a abertura oficial da primeira mesa. 

Ela destacou para as presentes a importância do encontro: “É com muita alegria que recebemos todas as companheiras de vários estados aqui no Fórum das Mulheres Petistas do Campo, da Floresta e das Águas. Nós pensamos em construir essa agenda das mulheres do campo, das florestas e das águas para dialogar e conversar com as mulheres. É mais que necessário estarmos reunidas aqui para a gente fortalecer a presença das mulheres desses territórios nos espaços de poder. Muito do que vocês verão por aqui e por todo o lugar tem companheiras do PT. Esse Fórum é uma parceria com a Secretaria Agrária. Quero destacar também o projeto Elas por Elas, que potencializa a presença das mulheres.”

Na sequência, Francisco Di Assis, do Setorial Nacional Agrário do PT, destacou ser importante que a pauta tenha relação concatenada entre as secretarias Agrária e de Mulheres. “É necessário que tenhamos relação para construir calendário de lutas para fortalecer o protagonismo das mulheres visando as organizações das eleições de 2024, uma construção que traga ações para fortalecer as companheiras, elegendo as prioridades que vão estruturar o Elas por Elas. É fundamental que a secretaria agrária consiga construir o caminho do diálogo para fortalecer nossas ações.” 

Em seguida, Braulina Baniwa, cofundadora da Anmiga, saudou todas as presentes em nome das mulheres indígenas do Brasil. “É importante trazer a nossa participação na construção desse processo. Hoje temos as organizações indígenas regionais e estaduais, coordenadas pelas mulheres indígenas no Brasil, e foram elas que construíram uma representação nacional. Começamos a entender a nossa presença indígena em diferentes estados.” Ela destacou também o fato de ser necessário debater a violência política a que as indígenas são submetidas em seus territórios. 

Fortalecimento das mulheres

A deputada estadual Divaneide Basílio (PT-RN) afirmou que o encontro representa um momento de fortalecimento das mulheres petistas. “Quero dizer que fortalecer as mulheres do campo é reconhecer a identidade das mulheres”. Para ela, o projeto de formação política Elas por Elas mudou a realidade e o fazer político das mulheres no Brasil. “As nossas pautas precisam ser o nosso sobrenome. Temos que chegar sempre nesses espaços falando quem somos, as nossas pautas.”

A companheira deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE) afirmou que a Marcha das Margaridas é um dos maiores atos de mulheres do país. “Quero dizer para vocês que faço parte do movimento MST. Vamos continuar lutando e marchando até que todas sejam livres”, afirmou. 

Regilane Fernandes, coordenadora-geral de Formação, Construção do Conhecimento e Fomento à Ater, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, defendeu ser necessário debater o conceito de mulheres na economia solidária como um projeto político, e que as mulheres servidoras públicas de carreira devem ser valorizadas e empoderadas.  

Gleide Andrade, secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, também reforçou a importância do Elas por Elas. “Instituímos no PT o grupo de trabalho eleitoral. Temos o objetivo de aumentar o número de mulheres para vereadoras e prefeitas. Por isso, é muito importante definir desde agora as candidaturas para vereadoras e prefeitas. Não podemos construir uma sociedade onde as mulheres sejam apenas coadjuvantes. O PT só conseguiu chegar aonde chegou porque teve paridade, mas precisamos de paridade nas câmaras de vereadores. Vamos nos apropriar de tudo o que o governo Lula tem feito e tudo o que o Elas por Elas oferece”, defendeu. 

A secretária nacional de Juventude do PT, Nádia Garcia, celebrou a boa presença de mulheres jovens presentes no Fórum: “Me deixa muito feliz ver tantas jovens reunidas. A história de Margarida precisa ser relembrada, e ver tantas jovens aqui relembrando o povo brasileiro é muito importante”. 

Representando o Ministério das Mulheres estava Andreza Xavier, coordenadora de Participação Política e Espaços de Poder.  “Quero dizer que foram vocês que fizeram a diferença. Estamos construindo e apontando o caminho das mulheres do futuro. Temos o rosto da diversidade. O compromisso do Ministério das Mulheres com as pautas das mulheres é real, o ministério está de portas abertas, e temos o conjunto de várias pautas, como autonomia econômica. Queremos a ampliação da presença política das mulheres do campo, queremos a nossa diversidade nos espaços de poder”, defendeu. 

Em seguida foi a vez de Rose Rodrigues, diretora de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamentos do Incra, falar. Ela afirmou ser necessário reinventar a sociedade que foi erguida a partir do machismo e do patriarcado. Ela defendeu ainda o controle social da política pública como aperfeiçoamento do serviço público. “As mulheres do campo têm dificuldade de acessar as políticas públicas. Temos que encarar de frente as nossas mazelas para fazer as devidas correções e defender a reforma agrária, que está na nossa Constituição.”

Combate à extrema direita

Após o almoço, houve o momento de apresentações culturais e artísticas. Depois, aconteceu o painel “A Nova Primavera para as mulheres do PT”, em parceria com a Secretaria Nacional de Formação Política do PT/SNFPT e a Fundação Perseu Abramo (FPA). A atividade contou com a presença de Vivi Farias, vice-presidenta da FPA; de Eleonora Menicucci, ex-ministra de Política para as Mulheres e atual presidenta do Conselho Curador da FPA; de Eliane Martins, que integra a equipe pedagógica da Primavera; e Helen Coutinho, diretora da FPA. Participaram ainda as deputadas federais Érika Kokay (PT-DF) e Maria do Rosário (PT-RS).

Menicucci relembrou que conheceu Margarida Alves e que carregou, junto ao presidente Lula, o caixão da sindicalista: “Conheci a Margarida em vida. Carregar o caixão de Margarida foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida. Eu nunca faltei a nenhuma edição da Marcha. Tenho certeza de que a Margarida, de onde ela estiver, está olhando para o crescimento da Marcha com mulheres negras, brancas, indígenas, cadeirantes, jovens. Este é um ato muito importante. O feminismo não é uma teoria, é um modo de você ver e olhar a vida”. 

A deputada Erika Kokay ressaltou o papel das mulheres no enfrentamento e na vitória contra o fascismo. “As mulheres foram às ruas dizer que não iríamos ter mais a extrema direita, a misoginia, o racismo. Arrancamos a faixa presidencial do fascismos desse país. As mulheres brasileiras elegeram o presidente Lula e nós, mulheres, temos a coragem como coisa de nascença.”

Júlia Kopf, diretora da UNE, destacou que o atual movimento estudantil é muito mais feminino e feminista porque “ao longo dos anos tivemos mulheres lutando para ter voz.”

Maria do Rosário, além de deputada federal, é também secretária nacional de Formação do PT. Em sua fala, ela reforçou a importância da formação política das petistas. “Como mulheres nós sempre lutamos. Estamos na nova primavera porque, para vivermos essa festa, é preciso entender a política de um jeito diferente e entender os adversários de classe, aqueles que liberaram os armamentos. Por isso, a nova primavera chega para dizer que nós mulheres somos educadoras populares, reconhecendo os saberes do povo.”

Vivi Farias reforçou que o PT é o partido da reconstrução do Brasil: “Estar na tenda das mulheres do PT é lutarmos contra todas as opressões. A ideia aqui é trocar afetos, dores, pensar juntas o novo caminho, onde a luta feminista se faz presente em todos os espaços, nos partidos, nas redes, nas ruas e nas urnas, porque precisamos acabar com a vergonha.”

Da Redação do Elas por Elas 

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