OAB aciona STF por vacinação e responsabilização do governo federal pelo caos

Além da cobrar recursos para vacinas, ADPF protocolada pela OAB pede que o STF reconheça a responsabilidade do governo Bolsonaro pela situação de calamidade vivida pelo país, nas figuras do presidente da República e do ministro da Saúde

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Na sexta-feira passada (19), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) protocolou uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF – 812) no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que a corte determine ao Executivo disponibilizar recursos para adquirir as doses das vacinas contra a Covid-19 de forma a imunizar em massa a população brasileira.

Na ADPF 812, a OAB quer também que a corte reconheça “a responsabilidade pelo caos e situação calamitosa na qual o Brasil atualmente se encontra na figura do Presidente da República e seus gestores, notadamente o Ministro da Saúde”.

A ação, a OAB relembra as 280 mil mortes ocorridas até a data do protocolo e complementa: “após 12 meses, vivemos hoje o pior momento para a saúde pública, com sucessivos recordes diários de óbitos, aumento exponencial das internações e colapso do sistema de saúde em diversas regiões. A situação, conforme amplamente noticiada, é dramática e exige medidas urgentes e drásticas.”

 

De acordo com o presidente do Conselho Federal da Ordem, Felipe Santa Cruz, com respaldo na própria jurisprudência do Supremo, “é legítima a intervenção judicial no âmbito da implementação de políticas públicas voltadas à realização de direitos fundamentais diante de omissões e ações inconstitucionais do Poder Público”.

Na visão da Ordem, a omissão do presidente da República e do ministro  da Saúde é demonstrada pela “ausência de providências para concretizar o plano de imunização, evidenciada, sobretudo, pela falta de doses suficientes para imunizar sequer os grupos prioritários da população, destacando, assim, a política ineficiente do governo”.

A OAB destaca que a sua omissão no combate à pandemia provocou, até 5 de janeiro, nada menos do que 6.771 processos ajuizados apenas no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Eles resultaram em 8.000 (oito mil) decisões. São dados apresentados pela própria corte no “painel de ações COVID-19”.

O próprio Conselho Federal da Ordem, em dezembro passado, impetrou outra ADPF – nº 770 – na qual denunciou “a inexistência de um plano concreto e efetivo de imunização da população, descrevendo à época inúmeras ações e omissões do Governo que desencadearam no momento atual de recorde de mortes e ausência de doses” da vacina.

Nesta nova ação, a OAB destaca ainda que “o Poder Executivo Federal, na contramão do que se espera dos gestores nessa quadra da história, tem menosprezado a gravidade da situação e vem assumindo uma postura omissa e negacionista, quando, em verdade, deveria assumir o papel de coordenação e articulação nacional em torno do combate à pandemia”.

Da Redação, com Brasil 247

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