“Para falar em política de juventude tem que falar na juventude do PT” – Jefferson Lima

Em entrevista à Web Radio Linha Direta, o secretário Nacional de Juventude do PT diz que hoje as mobilizações chamadas pelas redes sociais tem um retrato muito parecido, mas o mesmo tempo diferente, da luta contra a ditadura

Natural de Aracajú, Jefferson Lima, secretário Nacional de Juventude do PT, é o entrevistado do Boletim Linha Direta desta semana. Na atração, ele fala sobre os desafios da juventude petista, eleições 2014, retrato histórico da juventude brasileira, os 50 anos do golpe militar de 1964, impactos das manifestações de junho, `rolezinhos`, redes e mídias sociais, agendas da juventude e Plebiscito pela Reforma Política.

No bate-papo, Jefferson Lima destaca as principais conquistas da Secretaria e o diálogo com os movimentos sociais e populares juvenis. “É a nossa intervenção nas diversas frentes de mobilização e de organização da juventude brasileira, temos uma atuação no movimento estudantil, no movimento de negros e negras, no movimento de cultura, no movimento de jovens mulheres; temos atuação para ocupar os espaços na pauta ambiental e vários espaços que a juventude brasileira hoje está dialogando com a nossa sociedade. Acredito que uma conquista significativa e que aconteceu no período mais recente foi a questão da implantação das cotas geracionais na direção do Partido dos Trabalhadores. Este é o único partido no País em que é obrigatória a presença de 20% de jovens nas executivas, em todas a suas direções e em todas as instâncias partidárias, nos diretórios, nas delegações dos congressos. Esta é a conquista mais recente da Secretaria Nacional. Na juventude do PT e no 4º Congresso do partido conseguimos essa vitória e no último PED houve a implementação”, destaca.

O secretário lembra também da participação nos espaços e na efetivação das políticas públicas. “Nós temos uma atuação muito forte na efetivação da política pública. No início dos anos 2000, foi criado, em discussão com o Instituto Cidadania [hoje Instituto Lula] e com vários autores sociais que militam na juventude, o Projeto Juventude. Ele foi todo o início da construção da Secretaria Nacional de Juventude no Governo Federal, em 2005, da efetivação no mesmo ano do Conselho Nacional de Juventude e da criação de programas como o Prouni (Programa Universidade para Todos), Projovem (Programa Nacional de Inclusão de Jovens), Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), o sistema de cotas, o Caminho da Escola. Todos são programas formulados por companheiros e companheiras que militam na juventude do PT”.

Para Jefferson, “falar em política pública para a juventude no Brasil é uma conquista significativa. Inclusive, a atual secretária Nacional de Juventude, a companheira Severine Macedo, foi secretária de Juventude do PT de 2008 até 2011. Ela saiu da secretaria para assumir a convite da presidenta Dilma Rousseff. Então, para falar em juventude e em política de juventude de estado e de governo tem que falar em juventude do PT”.

As mobilizações históricas também têm destaque, como a passeata dos cem mil em 1968, as campanhas Diretas Já! e o Fora Collor em 1992. Elas são comparadas às manifestações atuais, como a de junho de 2013. “Tem um retrato muito parecido e, ao mesmo tempo, com pautas diferentes. Naquele período a luta era contra a ditadura, contra o estado repressor, contra a militarização da PM – que hoje ainda existe esse debate muito forte. Naquele momento, era a luta pela nossa democracia e pela participação cada vez maior da juventude brasileira. Foi o que aconteceu: elegemos um presidente, houve mobilização da juventude teve o impeachment de Collor. A juventude sempre foi protagonista nesse processo de transformação do Brasil. Então tem essa ligação dos 50 anos do golpe militar, as repressões que aconteceram naquele período, resgatar o retrato histórico da juventude brasileira e fazer a comparação com os dias de hoje”, explicou.

Para esse ano, Jefferson investirá no diálogo. “Ouvir a juventude brasileira, ouvir diversos campos de juventude, ouvir diversas organizações como coletivos e grupos de juventude. O que eles estão pensando sobre o Brasil? Quais são as pautas estratégicas para que a gente possa fazer este debate no período eleitoral com a nossa presidenta Dilma Rousseff. Temos dois pontos centrais: o debate sobre a reforma política, a necessidade de que 2014 seja o ano de mobilização de juventude (…) a gente vai reeditar a segunda Jornada de Lutas pela Juventude para que possamos ter pautas progressistas nas mobilizações. Quais as conquistas para os trabalhadores (as)? Quais os resultados e conquistas para as classes mais pobres? Precisamos fazer este debate”, avalia.

Sobre redes e mídias sociais, Jefferson fala que as grandes mobilizações saíram do poder das redes. “Esse debate de Facebook, Twitter e outras mídias sociais cada vez mais aumentam o poder de mobilizações. É possível enviar uma mensagem para o grupo, compartilhar uma opinião e isso se espalha de forma muito rápida e muito intensa. A direita e o PIG [Partido da Imprensa golpista] usaram isso contra (…) Vem agora no inicio de 2014 os ‘Rolezinhos’, jovens da periferia, que escutam Funk , hip hop e que dialogam e se conhecem pelas redes sociais. Aí vem a tona o debate do racismo e do preconceito”, enfatiza Jefferson.

Ouça a entrevista completa nesta sexta (14), às 18 horas, no www.radiolinhadireta.org.br

(PT São Paulo)

 

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