Paralisado pela crise, Pazuello faz promessa a governadores, mas sem solução a curto prazo

General que ocupa Ministério da Saúde diz a governadores que entregará 210 milhões de doses de vacina para primeiro semestre. Mas, por enquanto, só 10 milhões chegam ainda em fevereiro. “Esperamos que, desta vez, o cronograma aconteça”, disse o governador da Bahia, Rui Costa. Lula cobra providências: “O governo não tem credibilidade e não quer resolver a situação. A sociedade precisa cobrar”

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Governadores Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI)

O ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, fez novas promessas sobre um cronograma de entregas de vacinas, após reunião com os governadores, realizada na tarde de quarta-feira, 17. O militar voltou a fazer promessas, citando números grandiosos, mas nada a curto prazo. Ele anunciou que entregará pelo menos 210 milhões de doses de vacinas para o tratamento de Covid-19 até o começo de junho. Neste momento, só tem na mão mais 10 milhões de doses do imunizante contra o novo coronavírus. A promessa é de encaminhar essas doses até o final de fevereiro. Pazuello não apresentou solução definitiva para o problema da habilitação e do custeio de leitos de UTI. Também enrolou sobre plano e prazos para vacinação.

“Esperamos que, desta vez, o cronograma aconteça”, disse o governador da Bahia, Rui Costa (PT), sobre o anunciado plano de vacinação apresentado por Pazuello. Em entrevista ao portal UOL, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se cético quanto às novas promessas do governo. “O problema do Brasil é não ter medida de curto prazo pra resolver a falta de vacinas”, disse Lula”. O governo não tem credibilidade e não quer resolver a situação. A sociedade precisa cobrar. Inclusive mandei uma carta ao Xi Jinping junto com a presidenta Dilma Rousseff para tentar ajudar”, anunciou o ex-presidente.

Governo não tem respostas claras

Os governadores foram à reunião com o ministro da Saúde com preocupações imediatas e uma pauta precisa: cronograma de entrega de vacinas até abril; avanço das negociações para adquirir doses da Sputnik V e da Covaxin; sanção da MP que dá 5 dias para que a Anvisa autorize o uso emergencial de vacinas contra o Covid-19 que já tenham aprovação internacional; pagamento de UTIs exclusivas para pacientes e ampliação da demanda; e medicamentos. Saíram sem resposta clara para nenhuma das reivindicações.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), cobra a sanção da medida provisória que acelera a aprovação de vacinas para uso emergencial no país. Ele lamentou que o governo tenha celeridade para decretar normas que ampliam e facilitem o acesso de civis a armas, mas não para combater o Covid-19. “Vacina, arma para salvar vidas, após apoio científico, debate na Câmara e no Senado, demora para sancionar”, criticou. Ele diz que a MP é necessária para acelerar a vacinação. “Nos aproximamos de 30 dias do início da vacinação com perspectiva de alcançar apenas 3% da população brasileira vacinada”, disse. “Neste ritmo, o plano do governo de vacinar até junho 50% da população não vai se concretizar”.

Pressionado pelos governadores, preocupados com a escassez de doses da vacina, Pazuello reiterou que toda a população será imunizada em 2021. Na programação apresentada, o militar incluiu as negociações com os laboratórios União Química/Gamaleya e Precisa/Bharat Biotech, que podem garantir ao Brasil a chegada da vacina russa Sputnik V e da indiana Covaxin, respectivamente. A previsão, de acordo com a pasta, é que o contrato com os dois laboratórios seja assinado ainda nesta semana. Os imunizantes ainda não tiveram pedido de uso emergencial aprovado pela Anvisa.

Da Redação, com agências de notícias

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