Petistas pedem imediata demissão do ministro da Educação

“O corte trata-se de mais uma iniciativa de desmonte do Estado brasileiro e da educação pública para beneficiar a iniciativa privada”, afirmou deputado Waldenor Pereira

Lula Marques

Manifestação contra os cortes na educação

“O Parlamento e as ruas responderam firmemente nesta quarta-feira (15) a essa decisão desastrosa do governo Bolsonaro de impor um corte de aproximadamente 30% no orçamento das universidades federais e também dos institutos federais”. A avaliação é do coordenador do Núcleo de Educação do PT no Congresso, deputado Waldenor Pereira (PT-BA), que participou das manifestações de estudantes e professores, em Brasília, e também acompanhou a Comissão Geral com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

O ministro foi convocado para explicar o bloqueio das verbas para o setor educacional, que prejudica principalmente as universidades e os institutos federais. “O ministro da Educação se viu obrigado a vir aqui hoje para prestar esclarecimento, afinal de contas, até o presente momento, ele não foi capaz de esclarecer a motivação para essa decisão que compromete definitivamente o funcionamento dessas instituições”.

Para o deputado Waldenor Pereira o corte, que o ministro insiste de chamar de contingenciamento, trata-se de mais uma iniciativa de desmonte do Estado brasileiro e desmonte da educação pública para beneficiar a iniciativa privada. “É para beneficiar os grandes grupos privados que cada vez mais se instalam na educação do nosso País”.

O coordenador do Núcleo de Educação disse que a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem tido papel de grande relevância nesse debate, especialmente nesse momento que resiste bravamente ao corte que foi anunciado e definido pelo governo Bolsonaro. “Nós esperamos que, após as manifestações acontecidas hoje por todo Brasil, manifestações robustas, contundentes, com grande participação popular e também de estudantes, professores e profissionais de educação, com a realização desta Comissão Geral com a presença do ministro, que o governo recue dessa decisão que comprometerá o funcionamento das universidades e institutos federais de todo o Brasil”.

Ministro despreparado e que deveria deixar o cargo

O deputado Pedro Uczai (PT-SP), subcoordenador do Núcleo de Educação, considerou as explicações do ministro lamentáveis. “São explicações de alguém despreparado, incompetente, mas, por outro lado, uma fala que manifesta um interesse concreto pela educação privada, particular, pela desqualificação da educação pública, da universidade pública, dos institutos federais, das nossas escolas técnicas federais”, reforçou.

Na avaliação do deputado Uczai, pela postura do ministro, não só o ministério não vai manter o que está aí no setor educacional, como vai sucatear a educação. “Estão tirando dinheiro da educação básica, vai tirar do professor a possibilidade de se aposentar, vai diminuir a qualidade da educação, vai tirar o investimento da ciência e tecnologia. Esse não é o governo que o povo esperava que fosse eleito nesse país. Por isso, o ministro deveria ter coerência e deixar o cargo no dia de hoje, deveria pedir demissão, porque não vai dar conta dos desafios que tem esse País. Nós queremos o Brasil para os brasileiros, nós queremos educação pública”, defendeu.

A também subcoordenadora do Núcleo de Educação, deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), considerou uma vitória do Parlamento a convocação do ministro. “Quando o governo federal não respeita o Parlamento e não respeita as próprias instituições de educação do País, o ministro tem que ser convocado sim para explicar o corte abrupto, deixando em risco a vida dos estudantes brasileiros das universidades, que no segundo semestre poderão ficar fora dos seus cursos por falta do custeio”, argumentou.

A deputada Rosa Neide disse que espera que depois das manifestações e da Comissão Geral, o governo recue e as universidades e os institutos federais tenham seus recursos garantidos.

Desrespeito com o Congresso e com o povo

Para a deputada Natália Bonavides (PT-RN), integrante da Comissão de Educação, a participação do ministro na Comissão Geral foi um “desastre”. Na sua avaliação o ministro “mente e traz informações falsas e erradas, que a gente não pode acreditar que é desconhecimento, e sim pura má-fé”.

Para Natália, o ministro foi extremamente desrespeitoso com o Congresso. “Na verdade, é uma postura que simboliza esse governo, o desrespeito ao Congresso, aos parlamentares, mas principalmente desrespeito ao povo brasileiro”. Os cortes que estão acontecendo nas escolas, nas universidades, nos institutos federais, segundo a deputada, são um símbolo desse desrespeito do governo Bolsonaro ao povo brasileiro. “Mas a gente está aqui para resistir a isso e só vamos parar quando esses cortes caírem”, assegurou.

Conforme a deputada Rejane Dias (PT-PI), também da Comissão de Educação, foi importante a vinda do ministro porque educação tem que ser prioridade. “Mas, infelizmente, ele (o ministro) tem dado explicações rasas, que não convence. Educação não é gasto, é investimento! Então, esperamos que, com essa convocação pela Câmara o ministro repense esses cortes. As universidades realmente não terão como funcionar com esses cortes”, afirmou a deputada, citando que a Universidade Federal do Piauí, por exemplo, só funcionará até setembro. “Depois não tem mais condições devido a esses cortes. É inadmissível porque um País que quer crescer, que quer ver seu povo melhorar de vida jamais poderá cortar investimentos na educação pública”, completou.

Por PT na Câmara

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