População será a maior prejudicada com o golpe, alerta Telmário

Senador do PDT reforçou que Dilma não cometeu crime. Ele condenou a falta de respeito à democracia e aos votos dos eleitores

Foto:Pedro França/Agência Senado

O primeiro parlamentar contra o golpe a falar na sessão do Senado, desta quarta-feira (11), sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi o senador Telmário Mota (PDT-RR).

Para ele, o que ocorre hoje o País é “uma tentativa de tomada do poder que tem um apelido: impeachment”.

“O prejuízo maior com o impeachment será da nossa população. Esse processo de impeachment contra a presidenta Dilma começou pela ótica do revanchismo da oposição, principalmente do PSDB, passou pelo ódio e vingança do denunciado de corrupção, o deputado Eduardo Cunha, e poderá ser concluído por muitos oportunistas e traidores”, discursou.

Temário explicou que esse impeachment “nasceu do revanchismo, do ódio e da vingança” porque foi assinado pelo coordenador nacional jurídico do PSDB, por outro advogado filiado ao PSDB desde 1990 e ainda por advogada que recebeu R$45 mil para isso.

“O PSDB vai colocando as suas marcas em toda essa caminhada, em toda essa caminhada. Então o revanchismo do PSDB, não contra a Dilma, não contra o PT, é contra o povo brasileiro, porque não está respeitando a decisão das urnas”, ressaltou.

Para ele, o processo é um “golpe branco”. “Porque o golpe não está usando armas de fogo. Está se usando aqui a caneta, os conchavos, os acordos, o oportunismo, as traições. E a presidenta está perdendo um mandato que ela conseguiu democraticamente na disputa das urnas”.

Telmário afirmou que está no Senado para cumprir a Constituição brasileira e que pauta seu trabalho em cima da legalidade.

“Estamos vivendo hoje um momento histórico e vergonhoso. Nunca se ouviu falar tanto em democracia, nunca se ouviu falar tanto na Constituição brasileira. No entanto, essa democracia não está sendo respeitada, porque o voto democrático nas urnas, neste momento, está sendo retirado dos milhares e milhares de eleitores que fizeram uma opção”, apontou.

O senador do PDT deixou claro que a presidenta Dilma “não roubou, não desviou dinheiro, não cometeu crime de responsabilidade”. “Dizer que a presidenta Dilma cometeu qualquer ato de má-fé, qualquer dolo ou qualquer crime é no mínimo esconder a verdade”.

“O Plano Safra sequer tem a assinatura da presidenta. Disseram aqui que foram as pedaladas que levaram à situação econômica do País às suas dificuldades. Isso não procede. O Plano Safra é responsável por 53% da nossa exportação, por 30% do emprego formal desse País, é responsável por ter colocado no campo 60 mil novas máquinas. E é bom lembrar ao povo brasileiro: quando o campo não planta a cidade não janta”, completou.

O parlamentar ainda questionou a isenção e a imparcialidade do relator do processo no senado, o senador tucano Antonio Anastasia.

“Não conseguiu caracterizar o crime de responsabilidade da nossa presidenta. Portanto, lhe faltou a isenção, faltou-lhe a imparcialidade. E quando se trata de um processo de tamanha repercussão política para o destino do País não poderia ter esse caminho, esse destino e essa condução”, enfatizou.

Telmário Mota finalizou afirmando que não vai deixar o povo brasileiro ser enganado. “Eu tenho razão de estar aqui, sim, porque eu estou vendo que a presidenta Dilma está sendo tirada por uma grande injustiça. Eles espalharam, no dia da votação, ‘Tchau, querida’. Pois é, tchau, querida, tchau à democracia, tchau às urnas e tchau à Constituição brasileira”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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