Prefeitura de SP estimula parto humanizado no sistema de saúde

Além de centros públicos, Haddad fechou parceria com Casa de Parto na zona Sul para garantir que pacientes do SUS tenham acesso ao parto humanizado

O parto humanizado é uma demanda cada vez mais frequente entre as mulheres. Chegar à maternidade com ajuda da medicina e, ao mesmo tempo, com um respeito integral ao corpo da mulher, no entanto, ainda não é uma realidade para todas as mulheres. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad tem trabalhado para mudar esta cultura.

No parto humanizado, procedimentos como a episiotomia (corte para ajudar a saída do bebê) só são feitos quando de fato necessários. O objetivo é de que a experiência do parto seja prazerosa, e não uma lembrança de medo ou humilhação, como ainda ocorre em muitos lugares.

Atualmente, 54,7% dos partos brasileiros são cesáreas, muito acima da recomendação de 15% da Organização Mundial da Saúde (OMS). Fora do Sistema Único de Saúde (SUS), a proporção chega a 88%. No parto normal, procedimentos como a episiotomia ou a manobra de kristeller, quando o bebê é empurrado na barriga, que deveriam ser evitados, ainda são corriqueiros.

No serviço público municipal, São Paulo conta com ao menos dois espaços especializados no parto humanizado e pelo menos três hospitais que contam com centros de parto. Além da Casa de Parto Sapopemba, administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), a prefeitura de São Paulo firmou em 2015 uma parceria com a Casa Angela, uma casa de parto localizada no Jardim São Luiz, zona Sul de São Paulo.

Segundo a Casa Angela, durante a realização do parto humanizado, o objetivo é de que a experiência da mulher não seja de medo, dor ou humilhação mas de autoconfiança, felicidade e prazer.

A casa oferece partos fora do ambiente hospitalar com o acompanhamento de profissionais de saúde, como obstetrizes e enfermeiras obstétricas. A unidade é indicada para mulheres com gestações de baixo risco que fizeram todo acompanhamento pré-natal e está equipada com ambulatório de pré-natal e de puericultura, quatro salas de parto, alojamento conjunto para mãe, acompanhante e bebê, além de ambulatório de aleitamento materno com posto de coleta para doações de leite. O equipamento conta ainda com sala de reanimação neonatal, incubadora de transporte e ambulância.

A Casa realiza os partos com o mínimo de intervenção possível. Com a parceria, ela passou a atender 30 mulheres da região por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Existe uma demanda crescente na cidade pelo parto humanizado e muitas mulheres reivindicam que o SUS promova um combate à indústria da cesárea. A Casa Angela pela primeira vez recebe um aporte de recursos municipais para manter a casa e ampliar o atendimento para as mulheres que não tem recursos para pagar”, afirmou o prefeito Fernando Haddad (PT) na inauguração do convênio. O investimento será de mais de R$ 2 milhões ao ano.

Já a Casa de Parto Sapopemba, do SUS, atende 20 mulheres por mês. Durante o trabalho de parto, a mulher pode caminhar, comer ouvir música e receber massagem, além escolher a posição que se sinta mais confortável na hora do parto. Além disso, a Casa oferece o uso de banheira de hidromassagem, bola de pilates, banquinho em “U”, cócoras e cama de parto. A ideia central é de que o desejo da mulher seja respeitado, sempre com cuidado a saúde e segurança da mãe e bebê.

Mulheres na Casa Angela, que promove o parto humanizado

Mulheres na Casa Angela, que promove o parto humanizado

A humanização do processo não está restrita apenas ao momento do parto. A partir da 37ª semana de gestação são oferecidas às gestantes consultas semanais com a enfermeira obstetra, paralelas ao pré-natal, onde são realizados exames para avaliação do bem-estar materno e fetal, e quando a mulher já recebe orientações sobre o parto. Além disso, mensalmente, são formados grupos de gestantes e puérperas.

Para ter o filho em casas de parto, a gestação deve ser de baixo risco, ou seja, de gestação única e com exames de pré-natal com resultados normais. As gestantes não devem ter antecedente de cesarianas, não devem ter  doenças prévias ou gestacionais como diabetes, hipertensão, entre outros.

Na rede municipal, alguns hospitais também possuem centro de parto, como o Santa Catarina, o Cachoeirinha, o de M’Boi Mirim e o de Campo Limpo.

Outra ação em defesa do parto humanizado foi a criação da carreira de obstetriz, no início de 2015. A obstetriz é responsável pelo acompanhamento da saúde da mulher durante a gestação e pelo auxílio nos processos do parto natural.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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