Queiroga contrata empresa sem experiência para distribuir vacinas
Primeiras entregas das doses pediátricas apresentam problemas em várias regiões do país. Em Santa Catarina, vacinas da Pfizer chegaram em caixa de papelão com gelo
Publicado em
A má gestão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, incentivada pela negligência do desgoverno de Jair Bolsonaro diante da pandemia da Covid-19, transforma um momento em que o Brasil deveria comemorar em fiasco. Sem licitação e sem experiência, empresa contratada para realizar as primeiras entregas das doses de vacinas para crianças apresentou diversos problemas na distribuição em várias regiões do país.
Em Santa Catarina, as doses pediátricas da Pfizer chegaram em caixas de papelão com gelo. Além das condições de armazenagem, houve reclamações de erros nos horários dos voos em Pernambuco, Paraná e Paraíba. Em João Pessoa, a empresa não estava presente neste sábado (15) no aeroporto local para receber as doses.
A IBL afirma, no entanto, que a distribuição e o acondicionamento das vacinas ocorrem em alto padrão de segurança, e que mesmo sendo entregues em caixas de papelões, não houve comprometimento das vacinas por perda de temperatura.
Contrato milionário
Os contratos com a IBL (Intermodal Brasil Logística), no valor de R$ 62,2 milhões, foram assinados em dezembro com dispensa de licitação. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a IBL relatou ter uma única experiência no transporte de vacinas entre 2015 e 2018.
A empresa escolhida por Queiroga tem especialização em depósito de mercadorias apreendidas pela Receita Federal e recebeu R$ 23,1 milhões da União, dos quais R$ 17,9 milhões (77,5%) foram pagos no governo de Jair Bolsonaro (PL).
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que irá apurar as falhas, mas que não houve prejuízo a nenhuma vacina pediátrica entregue aos estados e ao Distrito Federal.
A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do Partido dos Trabalhadores (PT), Eliane Cruz, relembra que a corrupção e as irregularidades do governo nos contratos de empresas fraudulentas para cuidar da logística e distribuição de vacinas no país já foi revelada pela CPI da Pandemia do Senado Federal, e que permanece em curso.
“Novamente, o negacionismo e negócios escusos no governo de Bolsonaro. A CPI da Covid já revelou a corrupção do Ministério da Saúde com a Global Saúde e a VTCLOG. Mais uma empresa entra em cena. Fiquemos alertas porque a vacinação de nossas crianças é prioridade desse país”.
Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo