Reforma da Previdência é “catástrofe humanitária”, alerta economista

Para o economista e presidente da Afipea-Sindical, ao contrário de combater privilégios, a reforma do governo aprofundará as desigualdades no país

Alessandro Dantas

Jaques Wagner

“A reforma da Previdência, se aprovada nos termos em que está, será uma catástrofe humanitária”, afirmou José Celso Pereira Cardoso Júnior, presidente da Afipea-Sindical, entidade representativa dos servidores do Ipea. Para o economista, ao contrário de combater privilégios, a reforma do governo aprofundará as desigualdades no país, comprometendo os direitos individuais e também as economias locais.

A audiência pública convocada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal (CDH) e pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência ocorreu no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. O ato foi coordenado presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), e contou a participação de senadores, deputados, técnicos e dirigentes das principais entidades sindicais e populares nacionais.

“Não é razoável jogar nas costas de quem não tem culpa a solução de um suposto déficit que dizem existir”, denunciou o senador Jaques Wagner (PT-BA), em sua fala no evento. Lembrando que “eles têm oito meses com essa conversa, e o país só anda para trás”, Wagner convocou os presentes para trabalharem em cada estado, nas redes sociais, para reverter a votação, prevista inicialmente para esta quarta-feira, na Comissão de Justiça do Senado Federal e, no próximo dia 24, no plenário.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, advertiu que além de cortar direitos da maioria dos trabalhadores, a reforma atingirá em cheio a base da economia, em especial nas regiões mais afastadas do Brasil. “A reforma pretende tirar cerca de R$ 1,3 trilhão da economia (incluindo Estados e Municípios), com impacto nas regiões mais pobres, no interior”, reforçou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

“O governo autoritário, sem noção, quer retirar direitos de 30, 40% da população, e reduzir os benefícios dos demais”, denunciou o ex-ministro da Previdência e atual deputado federal, Ricardo Berzoini (PT-SP). “Não são os trabalhadores que são o problema para a economia”, afirmou a senadora Zenaide Maia (PROS-RN), alertando que “nenhum país do mundo sai da crise sem seu maior investidor, o Estado”.

Por PT no Senado

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast