Saída de Parente põe foco na necessidade de frear entreguismo na Petrobras

Com o pedido de demissão do presidente da Petrobras, parlamentares petistas exigem agora que sua política nefasta de reajustes tenha sido demitida com ele

Fernando Frazão/Agência Brasil)

Pedro Parente

O principal responsável pela política de reajustes de preços na Petrobras que levou o país ao caos nos últimos dias entregou, enfim, sua carta de demissão nesta sexta-feira (1°) ao presidente golpista Michel Temer, em Brasília. A Petrobras informou que o conselho de administração da empresa vai se reunir ainda hoje para nomear um presidente interino.

O desligamento vem após justificadas críticas de diversos setores da sociedade em relação à sua indefensável política de preços, principal causa da greve dos caminhoneiros que causou crise de abastecimento em todo o país. Na quarta-feira (3), manifestações pediam a redução dos preços dos combustíveis e a saída de Parente. Petroleiros também realizaram greve de advertência exigindo sua exoneração.

Em nota divulgada na noite de quinta-feira (31), a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara repudiou e denunciou à sociedade brasileira o caráter antinacional, antipopular e pró-mercado do corte orçamentário promovido pelo governo golpista de Michel Temer.

Isso porque a solução dada pelo ilegítimo à crescente pressão dos mais diversos setores da sociedade foi ultrajante: a fim de cumprir com a promessa feita com os caminhoneiros para contornar a crise, ele anunciou cortes em programas sociais, na saúde e na educação, fazendo com que o povo pague a conta pela política de preços levada a cabo com o objetivo único de agradar aos acionistas da Petrobras.

Diante disso, exigiram os parlamentares petistas: “Tomaremos todas as medidas para impedir a aplicação destas medidas criminosas que vão dilapidar ainda mais a nossa economia. E reafirmamos que qualquer solução efetiva para a crise que atravessamos passa, obrigatoriamente, pela demissão imediata de Pedro Parente do posto de presidente da Petrobras e pela revogação da política de preços irresponsável que sua gestão adotou.”

Na quinta (31), Parente havia se reunido em São Paulo com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. O executivo assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2016, em substituição a Aldemir Bendine, dizendo ter garantias do governo federal de que a estatal não mais sofreria “interferência política”. Foi assim que, um ano depois, autorizou os reajustes diários de preços.

“A greve dos caminhoneiros e suas graves consequências para a vida do país desencadearam um intenso e por vezes emocional debate sobre as origens dessa crise e colocaram a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento”, justificou-se Parente na carta.

Na avaliação do líder do PT na Câmara Paulo Pimenta, ainda não é possível dimensionar o estrago que este “indivíduo” causou ao Brasil. “Esperamos que a política nefasta de reajustes tenha sido demitida junto com Pedro Parente. Não abriremos mão de processá-lo por seus atos. Comemoremos esta vitória dos trabalhadores, mas sigamos lutando!”, afirmou.

Paulo Pimenta considerou ainda que foi a pressão popular  e a luta dos parlamentares do campo progressista no Parlamento que derrubou Pedro Parente do posto de presidente da Petrobras. “Mas ainda temos que derrotar a nova política de preços que gerou a crise e impedir a aprovação das medidas absurdas deste governo ilegítimo!”, alertou.

Para a senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do partido, após a troca no comando da empresa, deve haver um freio na escalada entreguista do pré-sal e a devolução da Petrobras aos brasileiros. “Não basta trocar o entreguista Pedro Parente na presidência da Petrobras”, enfatizou.

“Pedro Parente, ministro do apagão elétrico do PSDB e ministro do apagão de combustível de Temer, não aguentou a pressão. E caiu fora do governo golpista”, resumiu o senador Humberto Costa. “Que com ele também vá embora essa absurda política de preços da estatal, que favorece muito mais os estrangeiros do que o povo brasileiro!”, completou Margarida Salomão.

“Ele caiu, mas agora falta o mais importante: mudar política de preço da empresa e, com isso, reduzir o valor do combustível para o consumidor”, afirmou a deputada Benedita da Silva. “Temer deveria sair junto com ele, que é o pai do apagão e, agora, do colapso dos combustíveis no país”, completou Luiz Caetano.

“Parente foi o principal responsável pela política de reajustes de preços na Petrobras que levou o país ao caos, com desabastecimento e paralisia em todas as regiões”, explicou o deputado Pedro Uczai. “Cai o coração do golpe e principal responsável pela política de reajustes de preços da Petrobras. Parabéns guerreiros petroleiros e também aos caminhoneiros! O petróleo é nosso!”, comemorou Adelmo Carneiro Leão.

“Já vai tarde! E que leve com ele as decisões desastrosas contra a politica de preços dos combustíveis”, avalia o deputado Zeca Dirceu. “Uma boa notícias, mas ainda precisamos de uma ação definitiva sobre os aumentos sucessivos e abusivos contra o consumidor.”

“A demissão de Parente era esperada e já não era sem tempo! Para o Brasil, sua gestão na Petrobras foi desastrosa e desembocou na greve dos caminhoneiros pela baixa do diesel. Enquanto foi presidente da empresa, a companhia de maior valor nacional passou a exercer um árduo peso diário na vida dos brasileiros, a troco de gerar lucro imenso para investidores e capital estrangeiro”, afirma o deputado Patrus Ananias. “A atenção agora é para quem será seu sucessor e se ele será capaz de acabar com a absurda variação no preço dos combustíveis.”

“Com a queda de Pedro Parente, após a paralisação dos caminhoneiros e forte apoio popular, agora é preciso que Temer reverta o aumento dos combustíveis e do gás de cozinha. Continuaremos mobilizados”, garante Valmir Prascidelli. “Agora, é preciso garantir o fim da política de preços livres adotada pela Petrobras na gestão Temer/Parente”, reforçou Henrique Fontana.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara e do PT no Senado

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