Senadoras e artistas se unem contra bullying virtual

Projeto relatado pela senadora Gleisi Hoffmann prevê prisão a quem divulgar vídeos íntimos sem consentimento. Tema é tratado no filme “Ferrugem”

Reprodução Instagram

Gleisi é uma das parlamentares que aderiu à campanha que promove o filme "Ferrugem"

O lançamento do filme “Ferrugem”, sobre bullying virtual, só acontece no dia 30 de agosto no circuito comercial brasileiro. Mas o debate em torno do tema já mobiliza as redes sociais contra o vazamento de vídeos íntimos.

Por meio de postagens nas redes sociais, parlamentares e artistas têm alertado para o combate a esse tipo de assédio. A divulgação ocorre por meio do slogan “E agora que você sabe?”, pergunta estampada na camiseta do elenco do filme Ferrugem na competição brasileira do 46º Festival de Gramado.

Relatora de um projeto que criminaliza a chamada vingança pornográfica – PLC 18/ 2017, recentemente aprovado pelo Senado, a Presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também aderiu à campanha.

“Mulheres e também adolescentes se tornam vítimas do cyberbullying após terem imagens íntimas vazadas sem o consentimento nas redes sociais. Se você estiver sendo vítima desse crime, vá a uma delegacia agora mesmo e faça sua denúncia”, diz o texto publicado nos perfis de Gleisi na internet.

A senadora Vanessa Grazziotin é outra parlamentar que se uniu ao movimento. Ela e Gleisi divulgaram fotos nas redes sociais usando a camiseta com o slogan que promove o filme Ferrugem, assim como a artista Júlia Lemmertz. Confira:

#EAgoraQueVocêSabe
A internet é um canal aberto para todos e muitas vezes utilizada de forma errada. Mulheres e também adolescentes se tornam vítimas do cyberbullying após terem imagens íntimas vazadas sem o consentimento nas redes sociais. Se você estiver sendo vítima desse crime, vá a uma delegacia agora mesmo e faça sua denúncia. Se esse material chegar até você, não contribua com esse tipo de violência. No Senado Federal, fui relatora da Lei Rose Leonel, que criminaliza a vingança pornográfica. O Ferrugem O Filme (que estreia dia 30/08) e coletivo feminista @putapeita também lutam pelos direitos das mulheres. #FerrugemOFilme #EAgoraQueVocêSabe
Publicado por Gleisi Hoffmann em Quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Orgulho de você quando vejo esse tipo de postagem!?? #Repost @lemmertzju (@get_repost) ・・・ E se um dia alguma mensagem sua, vídeo ou foto íntima fosse compartilhada sem seu consentimento? E vc que recebeu essas imagens, fez o que? Achou divertido ? Compartilhou? Fez um comentário machista achando que é engraçado? Ou ficou em silêncio?… isso acontece com muitas minas, jovens adolescentes e mulheres . Infelizmente… Juntos, eu, o @FerrugemOFilme (que estreia dia 30/08) e o coletivo feminista @putapeita enfrentamos esse tipo de violência para que nenhuma outra mulher seja desrespeitada. #FerrugemOFilme #EAgoraQueVocêSabe

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O projeto que prevê punições à violência pornográfica regressou à Câmara dos Deputados após ser aprovado no Senado com modificações. O texto previa, originalmente, reclusão de três meses a um ano, além de multa, por divulgação de imagens íntimas sem consentimento. Mas Gleisi apresentou um substitutivo ampliando o período de prisão para dois a quatro anos.

Filme alerta para o tema

“Ferrugem” fez sua estreia mundial no Festival de Sundance, o mais importante do cinema independente norte-americano. No Brasil, foi exibido nesta semana no Festival de Gramado.

A trama acompanha os desdobramentos do vazamento de um vídeo íntimo da jovem Tati (Tifanny Dopke) com o namorado (Giovanni Lorenzi) que acaba caindo no grupo de Whatsapp do colégio em que estudam, e viraliza nas redes sociais.

O longa é dividido em duas partes: a primeira concentra-se no ponto de vista da vítima, e do crescente isolamento que se impõe após ataques que começa a sofrer na internet; a segunda é contada sob a perspectiva do namorado da jovem, um dos suspeitos de ter vazado o vídeo íntimo de Tati. A responsabilidade dos pais – ausentes na vida da garota; superprotetores na do rapaz – também é posta em xeque no filme.

O longa é dirigido por Aly Muritiba, também responsável pela direção da série Os Carcereiros.

Por PT na Câmara

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